SÃO PAULO - O ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM) acredita que defesa da descriminalização da posse de maconha para consumo pessoal por parte do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pode ter reflexos negativos sobre a campanha do candidato tucano ao Palácio do Planalto, o governador paulista, José Serra (PSDB).
A manifestação de Maia em seu ex-blog ocorreu hoje, um dia depois de FHC ter passado o dia no Rio, participando da gravação de um documentário sobre a descriminalização das drogas, cujo o título provisório é "Rompendo o Silêncio".
Para Maia, o ex-presidente deve ter cuidado com a defesa de determinados temas, uma vez que é um dos personagens políticos das eleições presidenciais de 2010.
"Agora, num estilo holandês de ver a vida, (FHC) decidiu ser o âncora de um filme-documentário propondo que o consumo de drogas, com a maconha como abre alas, corra livre de constrangimento", disse o ex-prefeito, ressaltando que a descriminalização das drogas é uma questão polêmica e de questionável efetividade.
Além disso, Maia afirmou que 85% das pessoas são contra a medida, sendo que entre os mais pobres o percentual salta para 94%. "Se não bastasse a 'populistalização' de Lula entre os mais pobres, se entrar este documentário antes das eleições, terá o efeito que o filme dele não conseguiu: abalar a população, e especialmente os mais pobres".
O ex-prefeito ainda aproveitou para dar uma alfinetada no colega tucano ao assinalar que FHC precisa lembrar que está no Brasil e que sua atuação "no clube das personalidades mundiais acima do bem e do mal" só se aplica em fóruns sofisticados.
"Rapidamente os momentos mais contundentes (do documentário) serão recortados e cairão em todas as redes de internet, com a chamada que se imagina. Em 2010, isso seria um desastre", previu.
Desde o ano passado, o tucano têm defendido a descriminalização da maconha. Ao lado dos ex-presidentes César Gaviria (Colômbia) e Ernesto Zedillo (México), ele propõe uma revisão nas políticas de repressão às drogas na América Latina. Segundo FHC, trata-se de um problema de saúde pública. Por isso os dependentes, sustenta, devem ser tratados como pacientes e não criminosos.
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