domingo, 11 de novembro de 2012

Legalização da maconha pode mudar guerra contra cartéis mexicanos

Fonte: O Globo

Penã Nieto discutirá o assunto com o governo dos EUA este mês

CIDADE DO MÉXICO — A decisão dos eleitores nos estados do Colorado e de Washington para legalizar o uso recreativo da maconha deixou o futuro presidente do México, Enrique Peña Nieto, e sua equipe preocupados em reformular as estratégias de combate ao tráfico de drogas. O alerta veio após um assessor afirmar que o resultado do referendo "muda as regras do jogo".

É muito cedo para saber a resposta do México em relação ao resultado do referendo, mas um assessor disse que Peña Nieto e membros do futuro governo vão discutir o assunto com o presidente Barack Obama e líderes do Congresso em Washington este mês. A legalização deve estimular um amplo debate entre os mexicanos sobre a direção e os custos da guerra às drogas apoiada pelos Estados Unidos.

O país gasta bilhões de dólares todos os anos em confrontos com os violentos cartéis do tráfico que ameaçam a segurança nacional, mas que têm seu principal mercado nos Estados Unidos - o maior consumidor de drogas do mundo.

Artigo: A maconha e o consenso

Fonte: Folha de São Paulo

Por Hélio Schwartsman

SÃO PAULO - Os EUA são um lugar estranho. Com a decisão dos eleitores do Colorado e de Washington de legalizar a maconha para uso recreativo, a droga logo estará liberada nessas unidades federativas no plano estadual, mas continuará proibida pelas leis federais.

O surrealismo da situação foi sancionado pela Suprema Corte que, numa decisão de 1996, determinou que agentes federais estão autorizados a prender usuários, mesmo que a lei estadual permita o consumo -o que já ocorre em vários Estados no contexto da utilização medicinal.

Na prática, porém, os maconheiros poderão relaxar. Policiais federais têm coisas mais importantes com que se preocupar do que caçar pequenos consumidores. O grosso da repressão fica a cargo de agentes estaduais mesmo, que, em 2008, foram responsáveis por 847 mil prisões relacionadas à droga nos EUA, contra apenas 6.300 (0,75%) realizadas pelas autoridades federais.

Entidades tentarão 'mudar mentalidade' da população sobre drogas em São Paulo

Fonte:Rede Brasil Atual

'Queremos mudanças que venham de baixo pra cima', explica Gabriela Moncau, membro da Frente Drogas e Direitos Humanos. 'Não adianta aprovar leis sem que haja consenso social'

São Paulo – Constituída na última quinta-feira (8) por entidades e movimentos da sociedade civil, a Frente Drogas e Direitos Humanos São Paulo já prepara ações na tentativa de "mudar a mentalidade" da população sobre a proibição de entorpecentes, como maconha e crack. O grupo quer incidir sobre a elaboração de políticas públicas propondo o fim da chamada "guerra às drogas" e a abertura de um debate mais aprofundado sobre a legalização de substâncias psicoativas no país.

"A ideia é ir para a rua, fazer panfletagens e explicar à população porque queremos acabar com a proibição das drogas", afirma Gabriela Moncau, membro do Coletivo Desentorpecendo a Razão (DAR), uma das cerca de 50 entidades que compõem a Frente. O grupo já divisa o dia 10 de dezembro, quando se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos, como ensejo para iniciar suas ações. Em entrevista à RBA, Gabriela lembra que os futuros passos da frente ainda estão em discussão. Mas algumas medidas já podem ser antecipadas.

"Em breve teremos site e cartilhas informativas, e começaremos a sistematizar violações aos direitos humanos cometidas pelo Estado e pela polícia em relação às drogas, para encaminhá-las ao Ministério Público." Também são esperados eventos culturais e políticos para "fazer a cabeça" dos paulistanos. "Mais que pressionar pela aprovação de leis, alterar a percepção das pessoas em relação às drogas é nosso principal objetivo." Na conversa abaixo, a militante antiproibicionista fala sobre esta e outras estratégias.