quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Casal de fumantes gasta três salários mínimos por ano com cigarro, aponta estudo

do Donna DC

Em um ano, um casal de fumantes gasta pouco mais de três salários mínimos com cigarros, valor equivalente a uma geladeira duplex ou uma tevê de última geração. O impacto do fumo no orçamento doméstico foi avaliado pela Pesquisa Especial de Tabagismo (PETab), realizada em 2008, cujos dados foram analisados por técnicos do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e divulgados ontem, quando foi comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo.

Pesqiusa mostrou que 17,5% da população brasileira fuma - Patrick Rodrigues  / clicRBS— Cigarro faz mal à saúde e faz mal também ao bolso. Um casal de fumantes, com idade entre 45 e 64 anos, gasta R$ 1.543 ao ano com cigarro. Nesse mesmo ano, eles poderiam ter comprado uma geladeira, um computador, ter feito uma viagem. Há uma série de coisas mais interessantes para fazer do que fumar — afirmou a gerente de epidemiologia do Inca, Liz de Almeida.

Em 2008, quando o salário mínimo estava em R$ 415, a média anual de consumo de cigarro por duas pessoas, em qualquer região do país, era de R$ 1.495,20 (3,6 salários mínimos). Os pesquisadores compararam o preço médio do cigarro e o salário mínimo de setembro de 2008 – naquele momento, um fumante de baixa renda podia comprar 150 maços de cigarro, contra 83 maços, em 1996, e 112 maços em janeiro de 2003.

Maioria dos fumantes no Brasil tem menor instrução e renda, revela estudo nacional

do Estadão

RIO DE JANEIR0 - De acordo com a Pesquisa Especial de Tabagismo (PETab), os maiores percentuais de fumantes no Brasil, entre ambos os sexos, foram encontrados na população sem instrução (25,7%) e entre as pessoas de menor renda (21,3%), o que correspondia à população que ganhava menos de meio salário mínimo por mês. Segundo o Banco Mundial e o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, tabaco e pobreza formam um ciclo vicioso, que atrasa o desenvolvimento dos países.

Apesar da queda no consumo de tabaco nas últimas décadas, o número de fumantes no país ainda é elevado: cerca de 25 milhões com idade igual ou superior a 15 anos. Contudo, 45,6% dos fumantes tentaram parar de fumar nos últimos 12 meses, o que correspondeu a cerca de 12 milhões de pessoas.

A PETab confirmou a urgência de reforçar as recomendações da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. A Convenção é o primeiro tratado de saúde pública da história, ratificado por 168 países-membros da Organização Mundial de Saúde, de um total de 192. O texto determina, por exemplo, ações específicas de proteção ao tabagismo passivo.

A pesquisa ainda apontou que uma em cada cinco pessoas foi exposta à fumaça do cigarro em locais públicos em geral. Isso correspondeu a cerca de 26 milhões de pessoas, das quais 22 milhões eram não fumantes. Os jovens foram mais 10% expostos ao fumo passivo em locais públicos do que os adultos, perfazendo um total de 6,2 milhões de jovens.

“É preciso que a legislação em vigor, que ainda permite fumódromos, seja alterada para impedir 100% o uso de produtos do tabaco que emitem fumaça em ambientes coletivos e fechados”, alerta Liz Maria de Almeida, gerente de Divisão de Epidemiologia do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Ainda de acordo com a PETab, do total de pessoas de 15 anos ou mais, 96,1% acreditavam que fumar poderia causar doenças graves. Outro dado em destaque é a elevada percepção da relação entre o uso de tabaco e o câncer de pulmão: 94,7% do total das pessoas entrevistadas, sendo 90,6%, fumantes, e 95,6%, não fumantes.

O tabagismo é a principal causa de tumores malignos evitáveis, como explica o cirurgião torácico e diretor do Hospital do Câncer I, Paulo de Biasi. “Se as pessoas não fumassem ou parassem de fumar isso evitaria dezenas de tipos de câncer, entre eles, os de pulmão, estômago, bexiga e colo do útero. Noventa por cento dos pacientes com câncer de pulmão no INCA são fumantes”, observa.

Outro problema grave é o tabagismo passivo. “Quanto mais cedo, uma pessoa é exposta ao cigarro em ambientes com fumantes, maior a possibilidade de vir a desenvolver câncer na vida adulta”, conclui de Biasi.

Tabaco é 2ª causa de morte no mundo

do Diário do Grande ABC

O tabagismo é tido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como problema de saúde pública global, sendo a segunda maior causa de mortes no mundo, com 5 milhões de óbitos ao ano. No Brasil, cerca de 200 mil morrem anualmente, segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer). A maior dificuldade relatada por fumantes para parar de fumar é a dependência psicológica, segundo especialistas e pacientes ouvidos pelo Diário.

"Sempre a maior dificuldade é a psicológica, porque em 30 dias a dependência química é superada", lembrou o pneumologista Adriano César Guazzelli, coordenador do Ambulatório de Combate ao Tabagismo e professor da Faculdade de Medicina do ABC.

Já a psicóloga Sabrina Presman, especialista em dependência química da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas), compara o sofrimento causado pela abstinência da nicotina (substância que causa maior dependência) à dor do luto. "O cigarro se torna um companheiro e geralmente é a relação mais antiga que a pessoa tem. Romper com ela é tão difícil quanto romper um casamento ou até perder um ente querido. A dor de quem para de fumar é igual à dor do luto", explicou Sabrina.

Porcentagem de fumantes entre jovens está estacionada

da Veja

Jovem fumante nos Estados Unidos: estabilização no número de usuários de tabaco preocupa autoridades americanas Embora o número de fumantes entre os adolescentes tenha caído na última década, as taxas estão estáveis em anos recentes, o que significa que é necessário aumentar os esforços para a prevenção do tabaco, revela um novo estudo do governo americano.

Entre 2000 e 2009, as taxas de tabagismo diminuíram de 28% para 17,2% entre os estudantes de segundo grau, disseram pesquisadores do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês). No entanto, observaram que o declínio entre 2006 e 2009 não foi estatisticamente significativo – de 19,8% para 17,2%.

A análise da Pesquisa Nacional sobre Juventude e Tabaco também descobriu que, em 2009, 23,9% dos estudantes de ensino médio descreviam algum uso de tabaco, incluindo fumo de corda, cachimbos, charutos e cigarros de cravo. Em 2000, a porcentagem para o mesmo grupo etário era de 34,5%, segundo o estudo, publicado essa semana na Morbidity and Mortality Weekly Report, publicada pelo CDC.

Os pesquisadores afirmam que o uso do tabaco continua a ser a principal causa evitável de mortes e doenças nos Estados Unidos e que mais de 80% dos adultos fumantes começou o hábito antes dos 18 anos.

Para reduzir ainda mais o tabagismo e outros usos do tabaco entre os jovens, os autores do estudo disseram que as restrições à publicidade e promoção e oferta de produtos do tabaco a jovens precisam ser combinadas com medidas como a proibição de fumar em lugares públicos e o aumento do preço dos cigarros e congêneres.

Tabagismo mata 200 mil pessoas por ano no Brasil

do JB Online

RIO DE JANEIRO - Na quinta-feira, penúltimo dia do 48° Congresso Científico do Hupe, um tema de extrema importância foi abordado: o tabagismo. Segundo, o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UNB), Calor Viegas, um bilhão e meio de pessoas no mundo apresentam o problema. “O tabagismo não é só um fator de risco para diversas doenças. Ele próprio é uma doença crônica e que mata mais do que qualquer outro fator ambiental ou comportamental no mundo”, disse.

O número de mortes por ano, no mundo, por causa da doença, chega a cinco milhões, segundo o professor. No Brasil, esse número é de 200 mil pessoas por ano. “Se não fizermos nada, em 2030 10 milhões de pessoas no mundo irão morrer por causa da doença”, disse. De acordo com ele, 70% dessas mortes serão em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.

Diferente do que se diz, o médico mostrou que o problema do cigarro não está na nicotina. “Não existe nenhuma doença causada pela nicotina. Pelo contrário, ela traz bom humor, perda de peso, melhora a tarefa cognitiva etc”, disse. Ele explicou que o problema do tabaco é que, ao usá-lo, a pessoa está ingerindo mais de quatro mil outras substâncias, como o cádmio, por exemplo, um metal pesado que traz sérios problemas à saúde. “Quando inaladas, essas substâncias caem na corrente sanguínea e atingem todo o organismo, ou seja, o tabagismo é uma doença que afeta todo o corpo humano”, explicou.

O tabaco causa dependência psíquica e química e, segundo o médico, mesmo depois de ter parado de fumar há anos, o ex-fumante pode não está totalmente livre das substâncias que o tabaco possui. “Mesmo depois de 10, 15 anos, o ex-fumante pode desenvolver câncer, por exemplo”, disse.

Carlos explicou que 80% das pessoas começam a fumar com menos de 19 anos. Entre as causas, ele citou, o modelo de comportamento – dos pais, por exemplo –; acesso fácil – “cigarro se vende em qualquer lugar e com apenas 10 centavos se consegue comprar uma unidade do produto”, disse –; cultural; e pela propaganda subliminar em novelas, reality shows, enfim, na mídia em geral.

De acordo com o especialista, duas perguntas devem ser feitas para descobrir se a pessoa sofre da doença: quantos cigarros ela fuma por dia e quantas horas depois de acordar ela acende o primeiro cigarro. “Se a resposta para a primeira pergunta for 15 ou mais cigarros, e a resposta para a segunda pergunta for menos de uma hora após acordar, ela tem a doença”, explicou.

Para o médico, muitas pessoas fumam por comportamento, não por dependência. “Elas se acostumaram a fumar depois de um café, da atividade sexual, do banho ou de acordar”, exemplificou. Ele encerrou a palestra dizendo que o tabagismo é curável, porém é um processo longo e que depende do querer do fumante. “Não existe nenhum remédio que faça um individuo para de fumar. Só depende da sua vontade”, ratificou.