Torna-se inacreditável, considerando-se o curto espaço de tempo, inobstante o seu alto poder, que o crack tenha se espalhado tão rapidamente no País. Depois de inundar as praças e ruas das grandes cidades, penetrando em todos os seus espaços disponíveis, instala-se também nas chamadas áreas de Fortaleza, a exemplo do campo do América, no Meireles, bem próximo a uma delegacia de polícia e ao palácio da abolição. Isso para não se falar na Beira Mar, cartão de visita da capital ou outros lugares importantes como os próprios colégios. Audiências são realizadas na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa, criam-se entidades específicas no combate as drogas, inclusive nos subúrbios das cidades e até mesmo as ONGs de existência tão duvidosa quanto aos resultados do trabalho que desenvolvem, enquanto a polícia dispõe de departamento específico para cuidar da questão sem que, contudo, tenhamos à vista somas práticas de suas ações. E cada vez mais se avoluma a onda avassaladora do crack indiferente à existência desses aparelhos instituídos para combatê-lo. Não é difícil encontrar nas esquinas ou nas localidades menos frequentadas, grupos de menores comercializando e ao mesmo tempo consumindo a droga. Do mesmo modo o quadro se reflete no país inteiro, ganhando as serras, embrenhando-se pelos sertões.