terça-feira, 24 de maio de 2011

Secretária de Alckmin defende ação “severa” da PM em marcha na Paulista

Fonte: R7

Policiais reprimiram ato pela liberdade de expressão com bombas e balas de borracha

Julia ChequerR7A secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania do governo de São Paulo, Eloisa de Sousa Arruda, defendeu, na segunda-feira (23) a ação “severa” da Polícia Militar ao ser questionada sobre as cenas de violência vistas no último sábado (21), quando uma marcha pela liberdade de expressão foi reprimida com gás lacrimogêneo e balas de borracha na avenida Paulista.

- Eu não presenciei [as cenas de violência]. Então, o que dizem é que excessos foram cometidos, mas eu não vi esses excessos serem cometidos. Eu acho que, por vezes, é necessário uma atuação mais severa diante de um problema de instabilidade da ordem. Eles sabiam que eles não podiam fazer a marcha.

Editorial: Direitos espancados

Fonte: Folha de São Paulo

As cenas de agressão policial a manifestantes da Marcha da Maconha e a jornalistas que cobriam o evento, na avenida Paulista, são resultado da visão embotada de alguns juízes, incapazes de distinguir entre a liberdade de expressão e a apologia ao crime.

A decisão de um desembargador de proibir a marcha não é a primeira. Desde 2008, a Justiça vem barrando manifestações semelhantes. O teor das decisões ao longo dos últimos anos é quase idêntico -alegam não se tratar de um debate de ideias, mas sim de uma iniciativa para o consumo público coletivo da maconha.
O argumento é falacioso. Os juízes não têm como saber, de antemão, se os participantes estarão lá para consumir substâncias ilícitas. Se isso vier a ocorrer, devem ser tratados de acordo com a lei vigente no país, mas a mera possibilidade não pode servir de base para a proibição de manifestação legítima a favor de uma ideia, por controversa que seja (legalização de droga considerada "leve").