da Globo.com
SÃO PAULO - Em entrevista no "Fala Dilma", programa de rádio produzido por sua equipe de campanha, a candidata Dilma Rousseff voltou a abordar um tema que tem mobilizado a corrida eleitoral, o combate ao crack. A petista deixou claro que defende a internação de dependentes da droga em rede especializada pública e privada, custeada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Após o período de internação, Dilma afirma que o SUS também deve fornecer o acompanhamento psicossocial aos ex-usuários após o período de internação.
A entrevista responde diretamente ao ataque feito pelo candidato tucano à Presidência, José Serra, em 8 de junho, quando criticou a política recém-lançada pelo governo federal para combate ao crack, em evento que reuniu médicos psiquiatras da USP e Unifesp. Dilma tem feito há semanas discurso de enfrentamento à questão do crack. Na entrevista ao "Fala Dilma" falou que é necessária uma "luta sem quartel" e detalhou sua proposta - nesta nova fase de campanha, os coordenadores querem ver a candidata expor conteúdo programático.
- Eles precisam de atenção especializada. Precisam de internação. Por isso, do meu ponto de vista, é necessário articular uma rede integrada, que assegure o tratamento dos dependentes, que dê condições para que as famílias possam internar seus filhos, inclusive, os jovens e as crianças que sofrem com esse vício. Essa rede é constituída desde leitos nas enfermarias especializadas dos hospitais gerais, passando pelas comunidades terapêuticas e por clínicas especializadas. Eu acho que essas instituições privadas têm de participar dessa rede sob uma condição: para receber recursos do governo, elas têm de estar submetidas ao Protocolo de Atendimento ao Usuário de Crack, da Organização Mundial de Saúde, a OMS, porque, senão, você não tem garantia sobre a qualidade da rede que integra esse atendimento feito com dinheiro público - disse Dilma
Sobre o pós-internação, completou:
- E também acredito que o dependente de crack precisa de atendimento especializado para se preparar para voltar ao convívio permanente com a família, pois ele não vai ficar internado, assim, sem prazo. E isso significa que nós teremos, também, outra fase, que é a fase posterior ao tratamento que é feita não mais nos hospitais ou nessas clínicas e nem comunidades terapêuticas, mas ela é feita em toda rede SUS, também nos centros de atendimento psicossocial, os CAPs, nos ambulatórios e também nos consultórios de rua que existem em muitas das grandes cidades do Brasil.