sexta-feira, 25 de junho de 2010

“Solidão leva ao consumo”, diz ex-usuária

da Gazeta do Povo

Formada em Comércio Exterior no ano passado, Fernanda*, de 32 anos, é ex-usuária de cocaína. Segundo ela, a solidão e a vontade de fazer amigos em um ambiente novo são os motivos que tornam o consumo de drogas alto entre os universitários. “Muitos saem de casa, vão para outras cidades, ou mesmo perdem contato com os amigos de colégio. Quando chegam na faculdade querem se enturmar, procuram a turma mais popular e quem você acha que é o mais popular?”, ironiza.

Para ela, a estimativa da pesquisa da Secretaria Nacional Antidrogas, de quase metade dos universitários já terem usado alguma droga, é baixa. “Na prática é bem mais que isso. Acredito que 70%, pelo menos, já fumou maconha.” Um convite para o consumo acontece, geralmente, em uma festa. “A pessoa chega lá e todo mundo começa a usar. Ela vai na onda”. Maconha, ecstasy e LSD são a porta de entrada.

Usuária de cocaína desde os 16 anos, Fernanda já morou em ou­­tras cidades e países e diz que esse sentimento de “se encaixar” é co­­mum em todo lugar. Curiosamen­te, na Europa, para onde foi com 20 anos para estudar, Fernanda passou por um período de abstinência de 5 anos. “Voltei a usar antes de voltar para cá, depois que tinha me separado”. Em cidades do interior, ela diz que pode ser ainda pior. “São jovens de classe média alta que não trabalham, ficam à espera de uma herança e preenchem algum vazio que sentem com as drogas.”

Hoje ela participa de um dos grupos Amor-Exigente de Curitiba, formados para ajudar as famílias que têm usuários de drogas. “É importante falar para dar esperança aos pais e também deixar os jovens menos curiosos, falando da parte ruim da droga. De como a gente sofre abuso e, muitas vezes, se prostitui só para conseguir um pouco mais”. Se­­gundo Fernanda, a maior parte dos familiares, namorados e amigos de usuários que buscam apoio no grupo é vítima do crack.

*nome fictício.

Consumo de anfetaminas equivale ao de cocaína e opiáceos

do Sapo

Cannabis é ainda o estupefaciente mais consumido em todo o mundo, alerta o último relatório das Nações Unidas sobre drogas

O consumo de anfetaminas continua a crescer e está próximo de envolver tantas pessoas quantas as que consomem cocaína e opiáceos juntas, alerta o último relatório das Nações Unidas sobre drogas.

O Relatório Mundial de Drogas 2010, ontem divulgado pelo gabinete das Nações Unidas para a Droga e Criminalidade (UNODC), indica que o cannabis é ainda o estupefaciente mais consumido em todo o mundo, mas dá conta de alterações no padrão de consumo, com a afirmação de novas drogas e mercados.

Enquanto o consumo estabilizou nos países desenvolvidos, tem crescido continuamente nos países em desenvolvimento, sobretudo da África Oriental (heroína), Ocidental (cocaína), América do Sul (cocaína), Médio Oriente e Sudeste da Ásia (sintéticas).

Justiça da Jamaica extradita chefe do tráfico para EUA

do Estadão

O governo da Jamaica extraditou hoje o narcotraficante jamaicano Christopher "Dudus" Coke para os Estados Unidos. Coke entregou-se ontem e renunciou a seu direito de apelar da extradição. O avião que o levou da Jamaica chegou aos EUA no início da noite de hoje.

"Dudus" Coke será julgado pela Justiça norte-americana pelas acusações de tráfico de armas e de drogas e por ser o suposto líder da gangue internacional Shower Posse. Se for considerado culpado, pode ser condenado à prisão perpétua.

PF apreendeu mais cocaína e menos maconha em 2009

do R7

Os últimos dados da Polícia Federal sobre apreensões de drogas mostram que aumentou a quantidade cocaína apreendida no ano passado. Em 2009, a PF recolheu 24 toneladas do pó, 17% a mais que em 2008 (20,4 toneladas). Já com a maconha, ocorreu o inverso: foram 170 toneladas no ano passado, 9% a menos que em 2008 (187,1 toneladas).

Segundo o coordenador de combate ao tráfico da PF, delegado Oslain Santana, o salto na apreensão de cocaína ocorreu principalmente devido a uma única operação. Em fevereiro de 2009, a PF encontrou 3.800 kg da droga em uma embarcação no Porto de Paranaguá (PR). Foi a segunda maior apreensão de cocaína da história da polícia.

Já com relação à apreensão de maconha, Santana atribui a diminuição à parceria de erradicação da droga junto ao Paraguai, cuja produção abastece 90% do que é fumado no Brasil.

- Nos últimos dois anos, foram formados mais de 2000 policiais para atuarem nos Estados de fronteira com a América do Sul. Isso reforçou a repressão desde a origem da droga.

O dado não consta do último relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), divulgado nesta quarta-feira (23), sobre o tráfico internacional de drogas, que leva em conta somente os resultados até 2008. Naquele ano, a apreensão de cocaína subiu 21% em relação a 2007.

O mesmo relatório sinaliza que o Brasil continua sendo o maior mercado consumidor da droga na América do Sul, com 900 mil usuários. O dado, porém, foi colhido em 2005 e refere-se ao número de pessoas que declararam ter usado a substância ao menos uma vez naquele ano.

ONU vê crescimento do mercado de drogas sintéticas

do Destak

A produção e o consumo das principais drogas tradicionais estão em queda ou controlados no mundo, mas há sinais de aumento do uso de novas substâncias sintéticas, principalmente em países em desenvolvimento, segundo relatório publicado ontem pela ONU.

Segundo o relatório, o cultivo de coca, matéria-prima para a cocaína, caiu entre 12% e 18% entre 2007 e 2009. No mesmo período, o cultivo da papoula, matéria-prima do ópio e da heroína, teria caído 23%. O relatório não traz dados específicos sobre cultivo de maconha, mas observa uma redução no consumo da droga na América do Norte e na Europa. Ainda assim, a maconha se mantém como a droga ilegal mais consumida no mundo, com até 190 milhões de usuários em 2009.

Por fim, o levantamento da ONU diz que o uso de drogas sintéticas, como o ecstasy, está em alta e deve ultrapassar em breve o número combinado de usuários de heroína e cocaína. (Leia mais na pág. 6)

peru JÁ planta maiS coca que colômbiA


O Peru já planta mais folha de coca do que a Colômbia, diz o relatório da ONU. A folha serve como matéria-prima da cocaína. Enquanto o Peru produziu 118 mil toneladas da folha, os colombianos ficaram em segundo, com 103 mil toneladas. Houve registro de aumento do cultivo também na Bolívia, onde o plantio mais do que dobrou em dois anos. Ainda assim, a Colômbia é a maior produtora de cocaína do mundo - mercado que movimenta US$ 50 bilhões anuais -, com cerca de 43% da droga. Depois estão o Peru (38%) e a Bolívia (20%).

Especialistas defendem legalização das drogas para o enfrentamento do tráfico e da violência

do Correio Braziliense

Pesquisadores sobre o uso e os efeitos das drogas defenderam nesta quinta-feira (24) o fim da proibição do consumo em debate que marcou o lançamento do livro Drogas e Cultura: Novas Perspectivas, de autoria de integrantes do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (Neip). Para eles, a política antidrogas é responsável pelo crescimento da violência e o enriquecimento dos traficantes. O debate ocorreu na sede da organização não governamental Viva Rio.

A opinião dos pesquisadores que participaram da discussão é a de que a solução ou o abrandamento dos problemas causados pelas drogas passam por sua legalização. “É importante que se desenvolva modos de gestão flexíveis, estabelecendo controle da produção, do comércio e do uso dos entorpecentes. Políticas públicas devem ser integradas na solução permanente dos danos decorrentes do uso das drogas”, disse a coordenadora do Núcleo de Estudos das Drogas/Aids e Direitos Humanos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Gilberta Acselrad.