quarta-feira, 6 de junho de 2012

Drogas: duas faces da liberação do consumo

Fonte: O Globo

Por Arnaldo Bloch

Li com grande interesse cívico, no início da semana, que a comissão de juristas encarregada do anteprojeto para alterações no Código Penal aprovou proposta
que descriminaliza o uso de drogas. O texto, apesar de bastante evoluído, deixou-me com meia dúzia de paranoias (note bem: não oriundas de consumo de entorpecentes).

Paranoias moderadas, pulgas atrás da orelha, grilos falantes nos ouvidos de um
hippie-velho que é a favor do projeto mas não renunciou, nem renunciará, jamais, ao que lhe restou de apreço à razão nem à sua ração diária de lucidez.

1 — Pelo projeto, o usuário poderá transportar ou trazer consigo uma quantidade suficiente para cinco dias de consumo sem que isso configure crime ou contravenção. Qual a quantidade para cinco dias de consumo de um junkie, de um fumante social recreativo ou de um partidário do “tapinha não dói”? Isso pode variar, sei lá, de 1g a uns 30g ou mais, se uso pessoal puder ser entendido como uso familiar, caso o casal seja adepto de um chá verde. Para decidir esses subjetivos enquadramentos contaremos com o senhor Juiz, com toda sua carga de idiossincrasias, preconceitos, preferências ou traumas pessoais. Imaginem o grau kafkiano de incerteza no tribunal.

CIA traficava drogas para financiar guerras

Fonte: Brasil de Fato

Salvador Capote

Lá no início da “guerra contra as drogas”, em 1971, os Estados Unidos já desenvolviam ao mesmo tempo o tráfico de heroína no Sudeste Asiático 

Após várias décadas da “guerra contra as drogas”, acompanhada por um custo colossal em vidas humanas e recursos materiais, os narcotraficantes hoje são mais fortes do que nunca e controlam um território maior do que em qualquer época.

Nos últimos seis anos, ocorreram no México mais de 47 mil assassinatos relacionados ao tráfico de drogas. O número de mortes foi de 2.119, em 2006, para cerca de 17 mil, em 2011. Em 2008, o Departamento de Justiça estadunidense advertiu que as OTDs (Organizações de Tráfico de Drogas), vinculadas a cartéis mexicanos, estavam ativas em todas as regiões dos Estados Unidos. Na Flórida atuam máfias associadas ao cartel do Golfo, aos Zetas e à Federação de Sinaloa. Miami é um dos principais centros de recepção e distribuição de drogas. Além dos mencionados, outros cartéis, como o de Juárez e o de Tijuhana, operam nos Estados Unidos.

Juízes e promotores do DF são contra descriminação das drogas para uso

Fonte: JB

Os juízes e promotores das quatro varas e oito promotorias de entorpecentes do Distrito Federal divulgaram nota conjunta para “externar à sociedade grande preocupação com a proposta de descriminalização do porte de drogas para consumo, o estabelecimento de critérios quantitativos e a redução da pena máxima para o tráfico”, constante do anteprojeto do novo Código Penal, em vias de ser apresentado ao Congresso.

A nota reconhece “a preocupação governamental com os custos do sistema carcerário do país, diante dos recentes levantamentos oficiais de que um terço da população carcerária encontra-se presa por tráfico de drogas”, mas considera inaceitável “que se tenha optado por conferir primazia ao custo econômico em detrimento da segurança e saúde da população brasileira”.

Riscos da maconha são 'subestimados', dizem especialistas

Fonte: BBC

Especialistas alertam que o público perigosamente subestima os riscos de saúde ligados a fumar maconha.

A British Lung Foundation realizou um levantamento de 1.000 adultos e constatou que um terço erroneamente acredita que a cannabis não prejudica a saúde.

E 88% pensavam incorretamente que cigarros de tabaco seriam mais prejudiciais do que os de maconha - quando um cigarro de maconha traz os mesmos riscos de um maço de cigarros.

A British Lung Foundation afirma quer a falta de consciência é "alarmante".