do Terra
Em encontro com estudantes da Universidade de Brasília (UnB), nesta quarta-feira (25), o candidato à presidência da República Plínio de Arruda Sampaio, do Psol, afirmou que o objetivo principal de sua candidatura "não é o voto", mas sim "apresentar uma alternativa".
O presidenciável defendeu a redução da jornada de trabalho para que os trabalhadores tenham tempo para "fazer o que dá prazer". O candidato defendeu também a tributação sobre grandes fortunas e uma mudança no modelo de combate às drogas, que fiscalize sem "perseguir" a juventude.
O candidato disse que se sua campanha "conseguir ter força de voz, já será uma vitória" e destacou o uso de ferramentas como o Twitter como um dos pontos altos de sua campanha. "Hoje é a televisão que resolve, mas a próxima (eleição) vai ser o Twitter, porque ele não tem filtro nenhum".
Uma das questões apresentadas a Plínio veio de uma participante que se disse "anarquista" e criticou o fato de o candidato do Psol estar participando de uma "eleição burguesa". O presidenciável respondeu não ser possível "sair totalmente da realidade". "Se o nível de conhecimento do brasileiro subir, eu passo para o partido dela (anarquista)", disse. "Agora, eu não tenho condições de ser ouvido se não ceder alguma coisa. A gente tem que caminhar, mas não pode perder as amarras da nossa realidade".
Menos trabalho, mais prazer
Ao falar sobre a proposta de redução da jornada de trabalho, o candidato disse que ela deve ocorrer sem diminuição de salário e lembrou que atualmente, além das oito horas de trabalho diárias, ainda é preciso contar o tempo que se perde até chegar em casa.
"Nós existimos para viver, para explorar os potenciais da nossa existência, para fazer o que nos dá prazer. É preciso que o homem tenha hora para escutar música, para ficar sem fazer nada, para cuidar da mulher e dos filhos. Se com isso não vamos ter o padrão de consumo dos Estados Unidos, que fiquem os americanos com esse padrão".
Quando o tema foi a questão tributária, Plínio destacou a necessidade de se ter um imposto sobre grandes fortunas. "Aí nós vamos carcar a mão". Também defendeu uma diferenciação nos tributos diretos dos produtos, dizendo que o que não faz diferença para os mais ricos, pesa no bolso dos mais pobres.
Maconha
O candidato também foi questionado sobre a legalização da maconha. Disse ter consultado especialistas sobre o tema e alertou que o problema não é a droga em si, mas a situação do usuário. "Para combater essa droga não se deve fazer uma política de perseguir o jovem", disse, para acrescentar, contudo, que a maconha pode ser a porta de entrada para outros vícios. "A pessoa entra na maconha e aí ela não faz nada, então ele vai para outra, porque o problema é ele, não é a droga".
Para Plínio, é preciso criar um "enorme sistema de apoio a quem demonstra o primeiro sinal de dependência", a partir de uma comissão plural que reúna representantes de diversos setores. "Não estou propondo um 'liberou geral', mas colocar sob o controle da lei".