do Terra
Quando o primeiro-ministro jamaicano Bruce Golding emitiu um discurso em cadeia nacional de televisão para anunciar a intenção de capturar e extraditar para os Estados Unidos o chefe do tráfico local Christopher "Dudus" Coke, ele não podia prever a onda de violência que tomaria conta dos subúrbios da capital Kingston, especialmente a região de Tivoli Gardens, nos dias seguintes.
Na sexta-feira, 21 de maio, gangues simpatizantes de Coke incendiaram seis delegacias de polícia. O governo respondeu, no domingo (23), instalando estado de emergência por um período de um mês e, na segunda-feira, iniciando, uma violenta operação de repressão aos insurgentes que já fez dezenas de mortes.
Segundo o site de política internacional Foreign Policy, a influência de Cristopher "Dudus" Coke e dos chefes do tráfico locais pode ser vista em todos os segmentos da sociedade, incluindo o próprio partido do primeiro-ministro, o Partido Trabalhista da Jamaica (JLP, na sigla em inglês). De acordo com o site, ao mesmo tempo em que Golding cedia às pressões americanas para extraditar Coke, parlamentares governistas contratavam lobistas para pressionar Washington a retirar as acusações de tráfico de drogas e de armas contra o criminoso jamaicano.