do Zero Hora
Anos 20
É o início da industrialização do tabaco e do consumo em larga escala no mundo, mas apenas entre os homens. Não se viam mulheres fumando em público.
Anos 30 e 40
Os anos dourados de Hollywood exaltam a imagem glamurosa da mulher fumante em interpretações de Greta Garbo, Marlene Dietrich e Rita Hayworth. Os fabricantes pagavam grandes estúdios para colocar um cigarro entre os dedos das grandes atrizes, para que fossem imitadas pelas fãs.
Com a guerra, ocorre o boom do consumo. Exércitos ajudam a disseminar o hábito em novas áreas. Ao retornar para casa, soldados acabavam iniciando as mulheres no vício.
Anos 50
Começam a surgir os primeiros estudos sobre os malefícios do tabaco. Mulheres já fumam, mas aparecer em público com um cigarro na mão é malvisto socialmente.
Anos 60 e 70
Propagandas procuram estimular o consumo – o movimento feminista torna o momento propício para associar o hábito à liberdade da mulher. Surgem cigarros mais finos e de aromas mais delicado para conquistar o gosto delas.
Anos 80
Mais consciente dos danos à saúde e sentindo mais as consequências, população dos países desenvolvidos começa a reduzir o consumo – comportamento mais visível entre os homens. Especialistas avaliam que, na contramão, as mulheres estavam mais preocupadas com a igualdade entre os sexos, tendo no cigarro um falso marcador de liberdade.
A indústria passa a focar suas estratégias em dois grupos de consumidores: jovens e mulheres.
Anos 90 e 2000
Estudos mostram que, entre adolescentes, mais meninas do que meninos estão começando a fumar. O grupo de fumantes homens, tabagista há mais tempo, está diminuindo. Em consequência, a tendência mundial é que o fumo se dessemine entre jovens, mulheres e classes menos favorecidas.
Nos países onde as mulheres têm menos direitos do que os homens, o cigarro ainda é visto como forma de se igualar socialmente a eles, segundo especialistas. É como se esses locais vivessem agora o que os ocidentais passaram na década de 60.
Fontes: pneumologista José Miguel Chatkin e psicóloga Cristina Perez, da Divisão de Controle do Tabagismo do Inca