segunda-feira, 22 de março de 2010

Maconha e cocaína: os novos alvos da Lei Seca

Do JB Online

RIO E BRASÍLIA - A Operação Lei Seca, considerada um sucesso pelos órgãos públicos por reduzir o número de motoristas dirigindo sob efeito de álcool, pode passar a coibir o uso de outros tipos de drogas. A intenção é utilizar um laboratório móvel da Escola Nacional de da Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com capacidade de indicar se o motorista fez ou não o uso de oito classes de drogas.

De acordo com o subsecretário de Estado de Governo e coordenador-geral da Operação Lei Seca, Carlos Alberto Lopes, a proposta pretende reduzir ainda mais o número de acidentes, fazendo valer o artigo 165 do Código Brasileiro de Trânsito, que pune com multa de R$ 957,70, e suspende o direito de dirigir por um ano, a quem conduzir veículos “sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência”.

DROGAS - FHC debate relação com cultura

Do Yahoo Notícias

(São Paulo, BR Press) - Nesta terça-feira (23/03), das 15h às 20h, o Centro Cultural São Paulo abriga o lançamento do livro Drogas e Cultura: Novas Perspectivas, publicação apoiada e financiada pelo Ministério da Cultura que apresenta uma coleção de artigos sobre pesquisas recentes nesta área. A mesa de debates organizada para o lançamento tem as presenças confirmadas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o Ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o Secretário Municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil.

Como sociólogo, FHC tem se destacado como defensor de uma total revisão na política de combate às drogas, incluindo a descriminalização do porte de pequenas quantidades - lembrando que o tráfico é grande fonte de recursos do crime organizado, financiador do submundo das campanhas políticas.

Papaléo manifesta preocupação com aumento do consumo de 'crack'

Da Agência Senado

O senador Papaléo Paes (PSDB-AP) manifestou, nesta segunda-feira (22), sua preocupação com o aumento do consumo e comercialização do crack em diversas capitais do país, com destaque para São Paulo e Rio de Janeiro. Ele lamentou que embora o Ministério da Saúde tenha anunciado verba de R$ 120 milhões para melhoria do serviço público de saúde mental, as autoridades públicas têm oferecido um atendimento precário para os usuários de drogas pesadas como o crack - derivado da cocaína de qualidade inferior, porém mais tóxico - e da própria cocaína.

- O mais triste ainda é ver o iniciante no uso do crack que, em uma semana, já está completamente viciado - lamentou.

Consumo moderado de álcool faz bem para pessoas com problemas cardíacos

Do Último Segundo

Washington, 22 mar (EFE).- O consumo moderado de álcool, como vinho ou cerveja, é benéfico para quem sofre de ataques cardíacos e outros problemas vasculares, segundo um estudo publicado hoje pela revista "Journal of the American College of Cardiology".

O consumo moderado é definido pelos cientistas da universidade de Campobasso (Itália) como um ou dois copos de cerveja ou vinho ao dia.

Até agora, a maioria das pesquisas havia estabelecido que um copo de vinho ou de cerveja junto às refeições constituía um consumo positivo para pessoas saudáveis.

No entanto, se desconhecia se essa conclusão também era válida para aqueles que tivessem sofrido um ataque do coração, um derrame cerebral ou algum outro transtorno isquêmico vascular.

O estudo, que analisou 16.351 casos, desvendou a incógnita e revelou que isso também se aplica a esses pacientes.

PR: polícia incinera 4 toneladas de drogas em Foz do Iguaçu

Do Terra

A Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) do Paraná incinerou 4 toneladas de entorpecentes apreendidas entre 2008 e 2010. De acordo com o delegado-chefe do núcleo, Renato Coelho de Jesus, a droga corresponde a seis processos de nove réus, em curso nas varas criminais de Foz do Iguaçu e da vara criminal única de São Miguel do Iguaçu.

"Essa incineração representa um trabalho eficaz dos agentes da divisão", afirmou De Jesus. Foram destruídos 3,870 toneladas de maconha, 11,7 kg de cocaína, 27,2 kg de crack e 8 kg de lidocaína. Uma pequena quantidade de contraprovas, que ficam guardadas por determinado tempo, também foi incinerada.

O delegado aguarda novas autorizações judiciais para dar o mesmo destino a outro grande volume de drogas apreendidas. "As operações de combate às quadrilhas de traficantes não param e tendem a se intensificar", disse De Jesus. Todo o trabalho é acompanhado por representantes da Vigilância Sanitária, Ministério Público, Magistratura e servidores e oficiais da Justiça.

Foz do Iguaçu é uma forte rota para o tráfico de drogas devido à sua posição fronteiriça com o Paraguai e a Argentina.

Santo Daime: mídia deturpa e agride história da única religião genuinamente brasileira

Do Blog da Amazônia

A revista Veja acaba de publicar uma sensacionalista reportagem sobre o assassinato do cartunista Glauco Vilas Boas, 53, e de seu filho Raoni, 25. Na reportagem, sem nenhuma base material, a revista acusa o criminoso Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24, Cadu, de ter ingerido ayahuasca, levando-o a cometer o crime.

De forma irresponsável e leviana, a revista acusa o uso da ayahuasca como causa do crime e passa a agredir a história dos três líderes que, aqui no Acre, fundaram religiões amazônicas, de raízes indígenas: o mestre Raimundo Irineu Serra, o mestre Daniel Pereira de Matos e mestre Gabriel.

Um em cada cinco atendimentos em centro para dependentes químicos do Guará é de usuários do crack

Do Correio Braziliense

O brasiliense David* tem 33 anos. É formado, trabalha em três empregos e se dedica com zelo à filha. Até 2008, fazia uso esporádico de drogas. Gostava do ritual social da merla e vez ou outra usava LSD. Conseguia, ainda assim, manter a rotina com certo controle. De um ano para cá, a vida começou a desmoronar. A curiosidade o levou diante do crack, substância derivada da cocaína e de alto poder de destruição. “Ainda consigo manter as minhas coisas. Mas tenho certeza de que isso não vai durar muito”, lamenta.

David deixou as demais drogas para trás. Migrou para o crack, reforçando o perfil dos usuários na capital do país. Levantamento realizado pelo Centro de Assistência Psicossocial para Usuários de Álcool e Outras Drogas (CAPSad) no Guará revela o avanço da droga na capital do país em relação ao consumo de bebidas alcoólicas, maconha, cocaína, merla e drogas sintéticas. Dos 1.485 prontuários de pacientes em tratamento em 2010, 21,61% (321) se referem a dependentes das pedras. Índice preocupante se comparado a 2008. De 940 procedimentos em aberto naquele ano, 0,22% (2) eram por conta de crack.

Viciado é vítima, por Cláudio Brito*

Do Zero Hora

A devastação e o flagelo causados pelas drogas – o crack mais que todas as outras – levam a sociedade à impaciência. A violência inusitada causada pelo desespero dos dependentes ou pela perversidade dos traficantes e seus “soldados” chegou ao nível da insuportabilidade. A dor atinge de tal forma a quem perde um amigo ou parente pelas mãos assassinas, que a revolta e o desejo de punições mais severas apagam a distinção entre quem trafica e quem consome. A nada nos levará uma postura meramente repressora. É preciso ter força, eu sei, mas temos que ver uma vítima em um jovem acorrentado pela mãe para afastar-se da pedra-veneno, tanto quanto é vítima da drogadição aquele que chega ao ato tresloucado de um assalto para conseguir o dinheiro com que comprará a próxima dose.

Com o tráfico, nenhuma contemplação, nenhum perdão. Para os dependentes e usuários, medidas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social. Frase que retiro da lei. A mesma lei que obriga o Estado a dispor de meios para o tratamento dos viciados. A mesma lei que autoriza União, Estados e municípios a conceder incentivos fiscais às pessoas e empresas que colaborarem na prevenção e na reinserção social. O texto legal refere o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com o setor privado e os diversos segmentos sociais para inclusão de usuários, dependentes e seus familiares em programas de recuperação e tratamento. É a lei vigente, de 2006, que acrescenta o dever de atenção às parcelas mais vulneráveis da população e a consideração de suas necessidades específicas como princípios e diretrizes das atividades preventivas.

Efeito da droga é devastador [do Povo Online]

Do Povo Online

Segundo Geovani Jacó de Freitas, coordenador do mestrado em Políticas Públicas e Sociedade da Uece, o consumo desenfreado de crack tem alterado significativamente os códigos internos da criminalidade, as delimitações de espaço e modos de atuar das quadrilhas. Também integrante do Laboratório de Pesquisa sobre a Conflitualidade e Violência (Covio), Geovani considera: se a maconha permite que ações criminosas sejam planejadas, o crack supõe outro regramento.

”É uma droga (a maconha) cujo efeito é de relaxamento”, explica o pesquisador. “Seu uso, associado ao das práticas criminosas, possibilita o planejamento das ações. Há tempo suficiente para usar a droga e sair da comunidade para praticar o crime. Principalmente o crime de assalto e roubo”.

De acordo com Geovani, o crack perverte tudo isso. “Como a fissura do crack é rápida, fulminante, durando de três a sete minutos, essa síndrome da abstinência é devastadora. A ponto de o usuário precisar urgentemente do dinheiro para comprar a droga. Como não há tempo de montar a estrutura, sair da região (onde o usuário vive), planejar, o consumidor acaba assaltando na rua, em casa dos conhecidos e principalmente da própria família”.

A partir de estudos do Covio, o pesquisador explica que as ações criminosas, quando regidas pela urgência do crack, “favorecem a potencialidade do crime, causando o latrocínio. Quem está envolvido não tem capacidade de mediar a ação”. Para Geovani, “o impacto da droga é imensamente maior no jovem pobre”.

Drogas são causa da maioria das ocorrências policiais

D’A Tribuna

O número de ocorrências policiais em Criciúma, envolvendo posse e uso de drogas, preenche todos os dias o espaço na editoria de Segurança da mídia local e no relatório de operações e prisões realizadas pelas polícias Civis e Militares da cidade. O problema já considerado social pelas autoridades públicas aumenta a cada dia. A evidência é nítida ao comparar uma abordagem realizada na madrugada de sábado pela PM, no bairro Boa Vista. Durante o tempo em que policiais realizaram a abordagem em uma residência, conhecida como ponto de drogas, 15 pessoas estiveram no local à procura de entorpecentes.

De acordo com o comandante da PM de Criciúma, tenente-coronel Gilmar Mônego, das ocorrências registradas, grande parte de crimes contra o patrimônio estão ligadas a usuários de drogas. "Mesmo com o trabalho da s polícias Civil e Militar, o consumo continua a aumentar. Isso preocupa. Não conseguimos enfrentar o problema que se tornou caso de saúde pública. Prendemos um traficante hoje e amanhã já tem dois no lugar. É um ciclo vicioso", diz o comandante da PM.

Daime: uma droga que não tem nada de santa

Do JB Online

RIO - O assassinato do cartunista Glauco Vilas Boas, de 53 anos, e de seu filho Raoni Ornellas Vilas Boas, de 25, por Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, de 24, no dia 12 de março, pôs na berlinda o uso de uma bebida alucinógena, chamada de Santo Daime, usada em rituais que misturam elementos cristãos e pagãos, e que é tomada regularmente por milhares de pessoas no país. Carlos, que apresentava sintomas de esquizofrenia, tomava a bebida regularmente há três anos, justamente na igreja criada pelo cartunista, a Céu de Maria, que funcionava em Osasco, na região metropolitana de São Paulo. No dia do assassinato, se dizia a reencarnação de Jesus Cristo.

O Rio de Janeiro, que se tornou um dos principais pólos do consumo da bebida em todo o país, conheceu a doutrina do Daime em 1982, através do psicólogo Paulo Roberto Silva e Souza. Aproximadamente 200 pessoas frequentam periodicamente os encontros da Igreja Ceú do Mar, localizada em São Conrado (Zona Sul). Somente na comunidade da igreja no Orkut (site de relacionamentos) existem aproximadamente 1.500 membros.