sexta-feira, 6 de maio de 2011

A questão por trás da cortina de fumaça

Fonte: O Globo

Artigo do leitor Glauco Xenofonte

Por essa ninguém esperava! Acharam pés de maconha na casa onde o Osama bin Laden se escondia no Paquistão. No entanto, antes de ser motivo de espanto, essa descoberta (quase tão interessante quanto achar o terrorista em si) parece mostrar que até o mais radical dos radicais pode fazer uso da erva. O que quase ninguém sabe, ou não se interessa em saber, é que naqueles lados do planeta, maconha dá que nem chuchu na serra e registros históricos indicam o seu uso no Oriente Médio há pelo menos 3 mil anos. Curioso que, paralelamente, o álcool é mal visto por muitos de lá e seu consumo chega a ser proibido em determinados lugares.

Mas, questões culturais e de saúde envolvendo as drogas - incluindo o álcool - ficam em segundo plano quando em comparação à segurança pública. Hoje, a maior parte das substâncias proibidas ao consumo virou caso de polícia. Isso por causa de uma lei assinada em 1912, da qual o Brasil e muitos outros países foram "amigavelmente" convidados a ser signatários. Desde então, a violência em torno delas só fez crescer. O álcool, proibido nos EUA, criou lendas como Al Capone, assim como muitos mortos, até ser liberado novamente.

Na véspera da Marcha da Maconha, a organização internacional Leap, formada por policiais e membros da Justiça, prega a legalização de todas as drogas

Fonte: O Globo

Marcha da Maconha de 2009, em Ipanema. Foto: Marcelo Piu

RIO - A Marcha da Maconha está programada para rolar neste sábado (7), às 14h, partindo do Jardim de Alah, em Ipanema. Como sempre, a manifestação provoca fortes reações - contrárias ou favoráveis à causa. Uma das vozes que defendem a passeata, a LEAP (aplicação da lei contra a proibição, na sigla em inglês), entidade americana criada, há nove anos, por cinco policiais aposentados, vai muito além e prega a liberação de todas as drogas.

Hoje, a LEAP tem braços em cerca de 80 países - sendo, um deles, o Brasil - e mais de 20 mil membros no mundo, todos eles integrantes das forças policiais ou da Justiça criminal, ou seja, pessoas que lidam diretamente com a guerra às drogas. Por aqui, já são 135, entre apoiadores e membros, desde janeiro, quando a LEAP Brasil se tornou mais ativa.

Carlos Minc: A favor da marcha da maconha

Fonte: O Dia

Secretário estadual do Ambiente e deputado estadual pelo PT

Rio - Manifestação que estimule pessoas a consumir crack, cocaína ou maconha é apologia ao uso de drogas e pode ser enquadrada na lei penal. Ato que defenda posição de mudança da lei de drogas faz parte da liberdade de pensamento, pilar essencial da democracia. A legislação sobre drogas e seu combate no Brasil, EUA e vários países são reconhecidamente ineficientes, têm reforçado o poder dos traficantes e a corrupção em todos os poderes. Em 15 anos, os EUA gastaram 800 bilhões de dólares na guerra às drogas, têm 2 milhões de consumidores presos, mas o consumo, o tráfico, a corrupção e a dependência química aumentaram. Um fracasso total!

O consumidor de drogas não é um criminoso que deva ser preso. Teríamos que construir centenas de presídios para prender milhares, em vez de construir mais escolas e centros culturais e esportivos. A informação sobre malefícios e dependência é muito precária. A prevenção é insuficiente, assim como os espaços de tratamento e desintoxicação. Temos de abrir alternativas lúdicas nas artes e nos esportes. Consumo e dependência não são caso de polícia, mas de família, escola e religião, sobretudo de saúde publica, de informação e prevenção.

Marcha da Maconha em Vitória é impedida pelo Ministério Público

Fonte: ES Hoje

Caso a ordem seja descumprida, o MPES quer aplicação de multa no valor de R$ 200 mil para os que organizam o evento

A "Marcha da Maconha", programada para o próximo sábado (07), com saída da Universidade Federal do Estado do Espírito Santo (Ufes), às  14 horas, está enfrentando problemas com o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES). O órgão por meio da 11ª Promotoria de Justiça Cível de Vitória, ajuizou Ação Civil Pública, para impedir a realização passeata.

Caso a ordem seja descumprida, o MPES quer aplicação de multa no valor de R$ 200 mil para os que organizam o evento. Ainda informou que nos documentos deve conter todas as provas e a intimação do comandante da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo (PMES) para que disponibilize efetivo policial necessário para impedir a realização da mencionada marcha.