do Estadão
A defesa da criação de uma agência nacional para regular o uso medicinal da maconha foi o caminho sugerido por médicos e pesquisadores para liberar a erva no País para fins terapêuticos. Especialistas no tema fizeram a defesa em um simpósio internacional encerrado ontem no câmpus da capital da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Como o consumo da maconha é proibido no Brasil, médicos apontaram, com base em pesquisas realizadas no exterior, os benefícios que o uso medicinal da droga proporcionaria. Como exemplo, citaram que substâncias extraídas da planta são capazes de auxiliar na redução de tumores no reto, mama e próstata, evitar náusea durante quimioterapia e diminuir dores crônicas.
Apenas Estados Unidos, Canadá, Holanda e Grã-Bretanha têm medicamento à base de maconha e derivados. Nos locais onde são liberados, os remédios são desenvolvidos em pílulas ou o paciente pode fumar o cigarro.
"O grande problema do cigarro é que o paciente ingere grande quantidade de substâncias tóxicas", diz Dartiu Xavier da Silveira, da Associação Médica Brasileira (AMB).
Estudos indicam que morfina vicia mais que medicamentos à base de maconha. Apesar dos efeitos positivos, o uso medicinal da droga pode comprometer a cognição e a memória.