terça-feira, 26 de outubro de 2010

Paraguai sedia evento sobre produção de maconha

do SopaBrasiguaia

Maior produtor de maconha da América do Sul, o Paraguai sedia, a partir de hoje (26), o I Seminário Internacional Sobre Produção, Consumo e Tráfico de Maconha. Engana-se, porém, quem pensa que trata-se de um evento para que traficantes façam intercâmbio de experiências.Imagem: Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD)De acordo com a agência pública IP Paraguay, o seminário, que vai até quinta-feira (28), na Academia Nacional de Polícia General José E. Díaz, região de Asunción, reúne autoridades policiais dos quatro membros do Mercosul e de países como Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.

A programação oficial do evento inclui debates sobre a problemática social criada pelas redes de narcotráfico nos meios urbano ou rural, a origem da maconha cultivada no país e o processo de plantio da erva que, rapidamente, expande-se por zonas rurais de cidades fronteiriças com Brasil e Argentina.

Serão debatidas, ainda, a formação de rotas transnacionais de narcotráfico na América do Sul, o peso econômico do tráfico em áreas pobres como a fronteira seca Paraguai / Brasil e estratégias que têm dado certo para diminuir a influência dos traficantes e reforçar a presença estatal nos lugares mais afastados.

Por Guilherme Wojciechowski - SopaBrasiguaia.com.br

George Soros: liberem a maconha

do Blog do Marcos Guterman

O bilionário George Soros publicou artigo no Wall Street Journal em que defende a liberação da maconha, proposta em plebiscito na Califórnia. “Nossas leis sobre maconha estão claramente fazendo mais mal que bem. A criminalização da maconha não impede que ela seja a substância ilegal mais usada nos EUA e em outros países. Mas disso resultam custos altos e conseqüências negativas”, escreveu Soros.

Como bom investidor, sua questão inicial é, claro, econômica. Segundo ele, o contribuinte americano paga bilhões de dólares para fazer cumprir uma lei que é largamente ignorada. Ao mudar a lei, será possível economizar esse dinheiro, além de reduzir o crime e a corrupção associados ao mercado de drogas. “A polícia poderá se concentrar em crimes mais importantes”, argumentou.

Mas há outras questões envolvidas. Uma delas é racial. Soros diz que os negros não fumam mais maconha do que os demais americanos; no entanto, os negros aparecem como suspeitos preferenciais da polícia quando se trata de prender alguém por porte de maconha. O investidor lembra que a legislação que proíbe a maconha nos EUA surgiu no início do século 20 para incriminar imigrantes mexicanos que fumavam a erva.

Segundo Soros, quem ganha mais com a legislação sobre a maconha são os cartéis de narcotraficantes, razão pela qual, ele diz, gente respeitável como Fernando Henrique Cardoso alinhou-se à tese da descriminalização nas Américas.

É bobagem, diz Soros, acreditar que a descriminalização da maconha facilitará o acesso dos jovens à droga – para ele, os jovens já têm acesso facílimo à maconha, tanto quanto ao álcool. O fundamental é investir em educação, mostrando os riscos do consumo.