O secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, apresentou, nesta terça-feira (02), na Escola de Governo, os resultados parciais da operação para reduzir o número de homicídios decorrentes, principalmente do tráfico de drogas, no Paraná. “Esta é uma operação diferente e não tem prazo para acabar. Os resultados mostram que estamos no caminho certo. A polícia vai concentrar os esforços nos locais onde o geoprocessamento aponta as maiores incidências do tráfico de drogas, crime responsável por 95% dos homicídios, que é um desafio para as polícias do mundo inteiro”, afirmou o secretário.
Dados do Instituto Médico-Legal mostram que as mortes violentas em Curitiba e região metropolitana reduziram em 33,3%, se comparados os períodos das 8h de sexta-feira (26) até às 8h desta segunda-feira (1), com o mesmo período da semana anterior. Na região metropolitana a queda chegou a 35%. Na semana passada 39 pessoas morreram vítimas de ferimentos de arma de fogo, arma branca e agressão física, enquanto, neste final de semana, foram 26 mortes registradas.
Levantamentos da polícia mostram que o tráfico age fortemente em alguns bairros de Curitiba. Nos mais pobres, o crack é consumido em maior escala e é onde é cometido o maior número de homicídios. Nos bairros de classe média, a principal droga consumida é maconha. Já a cocaína circula em maior escala nos bairros de classe média-alta.
USUÁRIOS – “Isso mostra claramente a responsabilidade da sociedade no combate à violência. Temos tráfico onde há consumidores e isso fica claro no mapeamento do 181 – Narcodenúncia. Portanto, quem consome financia o tráfico e colabora para que os assassinatos, os roubos, os furtos aconteçam. A sociedade precisa se conscientizar que, às vezes, dentro de casa, vizinhos ou familiares financiam a criminalidade que nos assusta”, analisou Delazari.
Com informações do telefone 181 Narcodenúncia, a polícia tem efetuado grande número de prisões, em todo Estado, de pessoas envolvidas diretamente com o tráfico de drogas. Segundo dados do Sistema Integrado de Informações Penitenciárias (Infopen), do Ministério da Justiça, a Polícia do Paraná é o terceiro Estado que mais prendeu no País. Entre 2003 e 2009, as polícias Civil e Militar do Paraná fizeram 28.882 prisões. Em números absolutos de quantidade de prisões, o Paraná só fica atrás dos estados de Minas Gerais e São Paulo, que fizeram 28.923 e 59.678 prisões, respectivamente.
O banco de dados é um sistema do Departamento Penitenciário Nacional, ligado ao Ministério da Justiça, que organiza e compila todas as informações carcerárias do Brasil. “Isso demonstra que a polícia está trabalhando intensamente no combate a criminalidade. A repressão ao tráfico de drogas em todo estado traz como efeito direto a redução dos crimes de morte que é um dos principais objetivos da operação Cidade Segura”, explicou o secretário.
OPERAÇÃO - Participam da operação cerca de mil policiais militares e civis nas ações que acontecem simultaneamente em Curitiba e cidades da região metropolitana, Maringá, Londrina, Cascavel, Foz do Iguaçu, Umuarama e Ponta Grossa. Os policiais atuam no atendimento rotineiro a população e farão abordagens em vários pontos das cidades para revistar veículos e pessoas em busca de armas ilegais, drogas e foragidos da Justiça.
A Polícia Civil contará com participação de policiais de diversas unidades especializadas como Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Divisão de Investigações Criminais (DIC), Divisão de Crimes contra o Patrimônio (DCP), entre outras.
De acordo com os resultados parciais das operações divulgados pela Polícia Militar, mais de 5 mil pessoas foram abordas em todo estado, 22 pessoas foram presas, além de seis adolescentes apreendidos. Foram apreendidos armas, mais de 35 quilos de maconha além de crack e cocaína.
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