sábado, 17 de abril de 2010

Fumo Zero: um projeto de consciência, por Luiz Carlos Corrêa da Silva*

do Zero Hora

Há mais de meio século, sabe-se que fumar causa inúmeros problemas e doenças, muitas graves e fatais. O tabagismo é responsável por 5 milhões de mortes no mundo, anualmente. Apesar disso, muitas pessoas ainda não aceitam ou simplesmente não usam este conhecimento para proteger sua saúde. Concorrem para este comportamento o deficiente processo educacional e a dependência, que, uma vez instalada, suprime a lógica do raciocínio e o poder de decisão. Como esta é uma questão que depende intrinsecamente da vontade e do direito individual, não existe ainda mecanismo que possibilite seu controle adequado e definitivo. As pessoas continuam fumando da mesma forma que continuam correndo outros riscos, como uso abusivo do álcool e excesso de velocidade. A sociedade, mais que o governo, precisa atuar com mais vigor para o controle desses problemas.

Há mais de duas décadas, demonstrou-se que o tabagismo passivo pode causar os mesmos problemas que o ativo. No entanto, em alguns segmentos sociais, a fumaça ambiental do tabaco continua poluindo os pulmões dos não fumantes. E, o que é mais incrível, nos domicílios, local onde as famílias convivem a maior parte do tempo, ainda crianças são submetidas a esse dano.

Atualmente, discute-se a questão do “fumódromo”, local onde se permite fumar. Sendo em ambiente fechado, torna-se inaceitável, pois neste espaço também se encontram pessoas para prestar serviços (garçons), acompanhantes que não fumam e o próprio fumante, que será submetido duas vezes à fumaça: a da tragada e a do ar ambiente. Em se tratando de empresas, o fumódromo traz um grande prejuízo adicional e que nada tem a ver com a saúde: a perda de produtividade, pois ao dirigir-se ao fumódromo se perde um precioso tempo! Estima-se que colaboradores que fumam perdem até 20% de produtividade, o que não é pouco.

Como pesquisas recentes revelam que mais de 80% da população aprova a lei federal que proíbe fumar em ambientes fechados e é contra a existência de fumódromo, espera-se que nossos representantes políticos ratifiquem esta decisão.

Por incrível que pareça, os órgãos de governo, tão ciosos quanto a medicamentos e alimentos, para os quais exigem o máximo de segurança, no caso dos produtos derivados do tabaco, que só causam danos, nada fazem para o seu banimento. Pelo contrário, continuam esses produtos existindo e causando graves danos, legalmente. Com a palavra, o governo e a sociedade.

Esta é a posição da Amrigs!

*COORDENADOR DO FUMO ZERO AMRIGS

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