Do ATarde
Até fevereiro deste ano, foram detidos 189 traficantes de drogas em Salvador, uma redução de 4,5% em relação ao mesmo período do ano passado (198 presos). O mesmo ocorre em relação à quantidade de crack apreendida, 15,7% inferior (3.401 pedras em 2009, contra 2.866 este ano). O dado da Secretaria da Segurança Pública (SSP) preocupa, se confrontado com a estatística do único centro de atendimento público municipal a viciados de drogas, em Pernambués, onde a média de atendimento diário é de 50 pacientes.
A coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSad), Renata Jones, reconhece que a estrutura é insuficiente: “Para a demanda de Salvador, é pouco”. O porteiro João Carlos Santos, 48, nunca ouviu falar do CAPSad. Ele mora há 46 anos em Pernambués e tem uma filha viciada. “Saber que tem um centro aqui é novidade. Minha filha está envolvida demais e eu iria levá-la para a cidade de Candeias, num local indicado”, conta.
A deficiência da rede pública de assistência a usuários chama atenção, no momento em que o caso do ex-cantor da banda Bué da Fixe, Allan Spínola, viciado em crack e que recorreu a um programa de TV para pedir ajuda, mobiliza as atenções. Allan recebeu a notícia de que está agendada para o próximo dia 24 uma consulta para o tratamento de desintoxicação. Mas o procedimento, se escolhido pela família, deverá ocorrer numa clínica particular, o que deve ser custeado pela produção do programa televisivo
A clínica Cerpa, também particular, que trata de dependentes químicos em Lauro de Freitas (Grande Salvador), sensibilizada com a situação, também entrou em contato nesta quinta com A TARDE oferecendo todo o tratamento gratuito para o artista. “Amanhã (nesta sexta) vamos lá para fazer esse primeiro contato. Graças a Deus, estamos recebendo várias ajudas”, afirmou a produtora do músico, Viviane Nonato.
O déficit da rede pública de assistência existe, apesar de o Ministério da Saúde (MS) ter lançado, em junho de 2009, o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso de Tratamento e Prevenção ao Álcool e Outras Drogas (Pead). Com o Pead, até 2010, a Bahia seria beneficiada ao menos com 95 leitos de referência para tratamento de álcool e outras drogas em hospitais gerais, cinco novos Centros de Atenção Psicossocial e habilitação de outros 11 já existentes
A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) não soube informar, nesta quinta, se já recebeu algum recurso, que tipo de investimento foi realizado e quais municípios foram contemplados.
Já a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), pela assessoria de imprensa, informou que, até o final do ano, serão inaugurados, com recursos do MS, mais dois CAPSad, em Pirajá (24 horas) e no Centro Histórico (das 8h às 18h).
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