Centenas de pessoas realizaram, na tarde desta quinta-feira (18), uma passeata do Farol ao Calçadão do Comércio, no Centro de Maceió, para marcar o primeiro ato público da campanha “Crack nem pensar”, lançada há um mês. A iniciativa pretende chamar atenção da sociedade para o problema social que já se tornou um caso de saúde pública em toda Alagoas, devido ao elevado número de viciados.
A campanha, que será disseminada em toda Alagoas, é realizada pela Federação Alagoana das Comunidades Terapêuticas (Fealct) e conta com o apoio do Ministério Público Estadual, da Secretaria da Paz (Sepaz), da Câmara de Vereadores de Maceió e da sociedade civil organizada.
O ato público contou com uma encenação e a participação de famílias de pessoas viciadas e em tratamento, além da presença de dependentes e ex-dependentes químicos e de entidades que atuam no tratamento destes.
Para Everton Wanderlan, que é ex-dependente químico, após passar doze anos de sua vida ‘escravizado pelas drogas’, esta iniciativa é de grande importância na reinserção de viciados e ex-viciados, na sociedade. “As pessoas que se envolvem com drogas necessitam de uma chance desta, de serem acolhidos por comunidades interessadas em sanar o problema”, disse Everton destacando que foi tratado na Fazenda Esperança.
Segundo a assessora especial da Sepaz, Salete Beltrão, esta é uma maneira diferente de falar sobre drogas. “Já que as propagandas só fazem publicidade com temas relacionados à violência, decidimos fazer ao contrário: promovemos uma cultura da paz baseada na proteção e inserção social. Temos que dizer que o crack não é problema apenas dos órgãos públicos, e sim de toda a sociedade”, destacou.Já para o promotor de Justiça Flávio Gomes da Costa, coordenador do Núcleo de Direitos Humanos do MPE, a luta contra a proliferação do crack tem que ser uma luta de todos os alagoanos. “A desagregação familiar é uma conseqüência e, o fim dos sonhos, do futuro dos jovens está em jogo. É preciso uma ação mais eficaz e um controle mais rígido da família (pais) sobre seus filhos”, destacou.
A campanha “Crack nem pensar” visa projetos de reintegração de ex-viciados e viciados na sociedade. A iniciativa realiza reuniões periodicamente para estabelecer um programa de ações no intuito de viabilizar tratamentos a dependentes químicos que não possuem condições financeiras de custeá-los.
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