Um dos projetos pioneiros do Governo de São Paulo para ajudar quem precisa de tratamento contra o vício das drogas acaba de completar um ano. A primeira clínica pública para dependentes em álcool e drogas do Brasil, inaugurada em março de 2009 em São Bernardo do Campo, é uma parceria entre a Secretaria da Saúde, Grupo de Saúde Bandeirantes e a Unifesp. A clínica atendeu 233 pacientes ao longo dos últimos 12 meses.
O modelo da unidade propõe o gerenciamento dos casos individualizados dentro de um programa de estratégias terapêuticas. A desintoxicação do paciente acontece fora do ambiente hospitalar para o qual essas pessoas costumam ser encaminhadas. Todos os pacientes atendidos foram encaminhados por outras unidades de saúde.
A clínica possui ainda uma participação ativa de uma equipe multiprofissional. "Trata-se de um local com abordagem e tratamento diferenciados, modelo inédito na rede pública. Completamos um ano de sucesso e inovação, oferecendo à população um aparelho extremamente eficiente e gratuito", afirma o secretário da Saúde Luiz Roberto Barradas Barata.
Durante os cerca de 40 dias de internação, que varia conforme o caso, os pacientes têm uma grade de atividades diárias. Entre elas estão grupo de sentimentos e valores, grupo de sexualidade, grupo específico para dependentes químicos e grupo de dança de ritmos caribenhos.
Um levantamento inédito realizado após o primeiro ano de funcionamento aponta que 73% dos pacientes em recuperação consumiam preferencialmente crack. O estudo aponta ainda que metade dos dependentes utilizavam mais de uma droga. O crack e o álcool aparecem como as principais.
Estudo realizado a partir do perfil dos pacientes mostra que os homens são responsáveis pela maior parte das internações, representando 82% dos pacientes, contra 18% de mulheres. A média de idade é de 35 anos. Entre os pacientes, 54% são solteiros, 21% divorciados ou separados e 15% casados.
No mês de dezembro, foi entregue a segunda clínica estadual para adultos dependentes de álcool e drogas com 105 leitos. A unidade, inaugurada pela Secretaria da Saúde, funciona na cidade de Itapira, dentro do Instituto Bairral, um dos principais centros de psiquiatria do Brasil. As internações irão durar, em média, 30 dias, para pacientes de ambos os sexos a partir dos 18 anos de idade.
Tratamento de adolescentes
Batizada de Projeto Jovem Samaritano, a clínica de recuperação de adolescentes e jovens dependentes de álcool e drogas sediada em Cotia, na Grande São Paulo, é uma unidade de parceria entre a Secretaria da Saúde e o Hospital Samaritano. O local oferece 30 leitos de internação para adolescentes entre 14 e 18 anos de idade. Após um ano de funcionamento, 96 pacientes passaram por lá.
O tempo médio de permanência dos jovens é de um a três meses. Durante esse período, os pacientes contam com a participação da família em algumas atividades, o que é importante para o sucesso da recuperação. As atividades físicas, educacionais e orientação vocacional também fazem parte do processo de tratamento. O encaminhamento dos jovens é feito por meio das Secretarias de Saúde e Educação dos municípios, além dos conselhos tutelares.
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