Crack é a principal causa de internações em clínicas da região

Do EPTV

O crack é a principal causa de internações de dependentes químicos em clínicas de cidades da região Central do Estado de São Paulo. Confira o vídeo no link.

Dois jovens, um de 25 anos e outro de 17, escolheram a comunidade terapêutica em Araraquara para enfrentar o vício. No total, 12 dos 14 pacientes estão no local por causa do crack. “Lá fora, o vício do crack é muito difícil de parar”, disse um dos jovens.

A droga ainda destrói as relações familiares. “Briga, briga e mais briga. Alegria mais não existia dentro de casa. Era só discussão”, relatou o outro adolescente.

Para Regina Cardoso, médica especialista em dependência química, a droga não é uma doença contagiosa, mas sim contagiante. “Não existe uma família que tem um dependente químico, que as outras pessoas não tenham adoecido. Você adoece de culpa, de vergonha, de impotência”, disse.

O crack é atualmente a droga que mais preocupa os especialistas em saúde e segurança pública, principalmente porque atinge todas as classes sociais e faixas etárias.

Um advogado de 47 anos, que preferiu não se identificar, decidiu se internar pela terceira vez. “O crack tirou de mim a dignidade, tirou de mim a minha esposa e meus filhos”, lamentou.

O crack é a cocaína misturada com solventes que também fazem mal à saúde. A pedra é muito mais barata que o pó e os efeitos são mais rápidos. “A absorção da cocaína pela via pulmonar é muito mais rápida em relação à absorção pela mucosa nasal. Então a absorção rápida faz com que as concentrações das substâncias no sangue sejam elevadas e tenham efeito mais intenso”, disse a professora da Unesp Rosangela Peccinini.

Além de ser um problema de saúde, a droga é um desafio a segurança. “O crack é uma droga bastante poderosa. Ela causa alterações psicológicas muito profundas no usuário. Então ele traz o aumento da violência desse crime”, explicou o major da Polícia Militar, Paulo Wylhelm.

A prevenção sempre é apontada como a melhor forma de combate, principalmente entre os mais jovens. A médica especialista em dependência química ainda explica que é preciso um trabalho integrado para elevar a auto-estima dos adolescentes. “Que ele pode ser feliz sem a droga, que ele pode cantar, brincar, ser criativo, relaxar sem droga. Essa é a pegada”, ressaltou.