quinta-feira, 15 de abril de 2010

Congresso mundial reúne médicos que prescrevem alucinógenos

Da Revista Galileu

Nesta quinta-feira (15/04), enquanto milhares de brasileiros acordam e tomam seus antidepressivos, ansiolíticos ou seguem para suas quimioterapias, cientistas do mundo todo estão reunidos na Califórnia pensando em tratamentos alternativos para suas doenças. Se depender dos pesquisadores do evento “MAPS 2010: Ciência Psicodélica no Século XXI” , em alguns anos esses pacientes poderão fazer seus tratamentos com LSD, cogumelos psicodélicos, ayahuasca (o chá do Santo Daime), ecstasy e ibogaína - além, é claro, da ampliação do uso medicinal da maconha.

A conferência é a maior sediada dos Estados Unidos sobre o assunto dos últimos 40 anos. Traz de volta à cena um tema que se tornou tabu entre os cientistas após entusiastas como Timothy Leary promoverem nos anos 1960 o slogan "Ligue, sintonize e caia fora". Agora, usando protocolos rigorosos e garantias, os cientistas obtiveram permissão para estudar mais uma vez o potencial das drogas alucinógenas para o tratamento de problemas mentais como transtorno obsessivo compulsivo, depressão e ansiedade e iluminar a natureza da consciência.

Os pesquisadores procuram ainda usar alucinógenos para tratar vícios e pacientes terminais. Dr. Charles S. Grob, pesquisador da Universidade da Califórnia que estuda tratamentos neste último tipo de pacientes, descreve os cogumelos alucinógenos como “remédios existenciais” que ajudam as pessoas a combater o medo, o pânico e a depressão.

“Sob a influência de alucinógenos”, diz ele ao jornal The New York Times, “os indivíduos transcendem sua identificação primária com seus corpos e experimentam estados ‘livres do eu’ antes do momento em que precisam abandonar seus corpos de fato, e retornam com uma nova perspectiva e profunda aceitação da única constante da vida: mudança”.

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