Pequim, 6 abr (EFE).- A justiça chinesa executou nesta terça-feira um japonês por tráfico de drogas, na primeira pena capital aplicada a um cidadão do Japão na China desde que os países normalizaram suas relações diplomáticas, em 1972.
Segundo comunicado publicado pela Corte Suprema, Mitsunobu Akano foi morto na província de Liaoning (nordeste da China) após ter se despedido de sua família na segunda-feira, no centro de detenção da localidade de Dalian.
Por enquanto, não há informação sobre o método de execução empregado, embora o disparo na nuca seja o mais utilizado na China - que atualmente tem aplicado a injeção letal em algumas oportunidades.
Akano, de 65 anos, foi condenado à morte em junho de 2008 após ser detido em 2006 com 2,5 quilos de entorpecentes que pretendia levar ao Japão partindo do aeroporto de Dalian. Segundo o comunicado, algumas das drogas encontradas estavam na bagagem de um cúmplice, mas não há detalhes sobre esta pessoa.
O cidadão japonês apelou à condenação. No ano passado, a Corte Suprema ratificou a pena máxima. No último dia 29 de março, Pequim comunicou a Tóquio que a execução seria realizada.
O comunicado ressalta que o tribunal tinha provas claras e irrefutáveis do tráfico de drogas, por isso a pena de morte foi ditada e realizada segundo a legislação chinesa.
Embora a imprensa japonesa destaque que a execução poderia complicar ainda mais as relações entre os países, os veículos lembram também que em julho de 2009 um chinês foi executado no Japão por assassinar três compatriotas na localidade de Kawasaki, em 1999.
Na sexta-feira passada, o ministro de Exteriores do Japão, Katsuya Okada, afirmou que o Governo chinês tinha informado ao japonês de sua intenção de executar outros três japoneses também condenados a morte por tráfico de drogas na China. Seus nomes são Teruo Takeda, Hironori Ukai e Katsuo Mori.
Poucos cidadãos estrangeiros foram executados na China nas últimas décadas, mas pelo menos outro caso de um japonês, Ruichi Yamaguchi, que em 1951 foi fuzilado junto ao italiano Antonio Riva por suposta tentativa de assassinar o então líder chinês, Mao Tsé-tung, e outros altos cargos do regime comunista chinês.
Há três meses, o britânico de origem paquistanesa Akmal Shaikh, de 53 anos e com supostos problemas mentais, foi executado por entrar na China com 4 quilos de heroína, o que gerou duras críticas por parte do Executivo britânico e de grupos de direitos humanos.
Na semana passada, a Anistia Internacional (AI) apresentou um relatório sobre a pena de morte no qual criticava especialmente a China por não revelar o número de pessoas que executa anualmente.
Em 2008, a AI documentou aproximadamente 1.700 execuções, enquanto a Fundação Dui Hua acredita que o número tenha passado de 5 mil.
No entanto, o regime comunista modificou em 2004 o sistema judiciário chinês, fazendo com que todas as penas de morte fossem revisadas pela Corte Suprema. Antes, bastava a confirmação de tribunais locais. Com isso, houve uma queda considerável.
Não há números oficiais publicados, pois as execuções são consideradas segredo de Estado, mas a queda segundo diversas fontes, pode estar entre 20 e 50%. EFE
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