terça-feira, 9 de novembro de 2010

Hábito de fumar maconha destrói a memória - Jornal O Globo

do O Globo

O hábito de fumar maconha frequentemente, mesmo em pouca quantidade, pode danificar seriamente a área do cérebro responsável pela memória, segundo estudo feito na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os resultados mostram que os déficits no armazenamento de informações e na evocação da memória nos usuários persistiram após um tempo médio de 14 dias de abstinência.

A parte do cérebro mais atingida é a responsável pelo processamento da memória e pela execução de atividades complexas que requerem planejamento e gerenciamento das informações. Com o tempo, o usuário de maconha esquece até informações simples do dia a dia. Quando o uso é crônico e se inicia antes dos 15 anos de idade, o risco de danos é ainda maior, devido ao efeito tóxico e cumulativo da substância da maconha no desempenho cerebral.

A pesquisa avaliou preliminarmente 173 usuários crônicos de maconha e selecionou 104 para o estudo sobre funcionamento executivo do cérebro - sendo 49 usuários de início precoce e 55 de início tardio -; 34 usuários crônicos abstinentes há mais de sete dias e 55 controles não usuários. A idade dos participantes variou entre 18 e 55 anos, e o estudo mostrou grande prejuízo nas funções executivas do cérebro, como a realização de uma equação matemática.

- A função executiva do cérebro nos permite processar e organizar todas as novas informações que nos são passadas diariamente e que necessitam de planejamento, iniciação, memória operacional, atenção sustentada, inibição dos impulsos, fluência verbal e pensamento abstrato - explica a neuropsicóloga Maria Alice Fontes, autora da pesquisa que foi apresentada como tese de doutorado pelo Laboratório de Neurociências Clínicas (LiNC) da instituição.

Para o professor Acioly Tavares de Lacerda, do Departamento de Psiquiatria e orientador da pesquisa, trata-se de um estudo com a maior amostra no mundo de usuários crônicos avaliados por meio de testes neuropsicológicos e o primeiro mostrando que os déficits cognitivos pelo uso leve de maconha (cerca de dois cigarros por dia), porém crônico, da parecem ser muito expressivos em desencadear disfunções no cérebro humano.

- Quanto mais precoce e maior a exposição à droga, pior será o dano causado à memória, mesmo depois de um período de abstinência - afirma.

Maria Alice recomenda a realização de eventuais déficits neuropsicológicos em usuários crônicos da droga para prevenir futuros danos. Esses testes servem ainda para direcionar o tratamento dos dependentes químicos, já que o déficit cognitivo aumenta a chance de recaída.

6 comentários:

  1. memoria é exercício. temos q verificar também se esses usuarios so usam maconha ou outras substancias também como alcool etc. fumo 1 cigarro por dia ha 20 anos e n tenho problema nenhum c minha memoria ou com calculos. estudos como esse sao inconclusivos. a divulgação deles só serve para manipular a opinião contraria das pessoas c relação ao uso da erva.

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  2. "Com o tempo, o usuário de maconha esquece até informações simples do dia a dia"

    Fumo direto a uns 3 anos, não bebo e quando saio com uma galera que bebe, no dia seguinte ninguem lembra das paradas, só eu...

    semente, né?

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  3. 2 por dia é uso leve? Então to de boa...

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  4. quero ver pesquisas científicas que mostrem que a cannabis pode agir dessa forma no cérebro. #globomente

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  5. Ih alá! ²

    Essa sempre foi uma das mais usadas. #globomente

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