do Público.pt
A cannabis sempre foi a droga mais consumida na União Europeia (UE), mas a sua utilização aparenta estabilizar ou mesmo diminuir. Esta tendência, confirmada pelos dados coligidos nos últimos três relatórios do Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência, é mais evidente em países como a Dinamarca, Alemanha, Espanha, França, Holanda e Reino Unido.
Curiosamente, o mesmo não se verifica nos países da Europa oriental, e em particular na República Checa, Eslováquia e Estónia, nos quais o seu consumo atinge níveis elevados. Mesmo assim, três milhões de jovens europeus deverão consumir cannabis diariamente, quer seja sob a forma de erva ou de resina.
Esta estabilização, após os substanciais crescimentos do seu consumo na década de 90 e no início da presente década, contrasta com o aumento do cultivo em território europeu, que tem a seu favor a redução dos custos de importação e o óbvio incremento das receitas. O que não quer dizer que este estupefaciente não continue a ser produzido, maioritariamente, no Afeganistão e Marrocos. Um estudo recente, citado pelo relatório do OEDT, refere que o Afeganistão se terá transformado no maior produtor mundial de resina de cannabis (vulgo haxixe), com uma produção anual estimada entre 1500 e 3500 toneladas. No entanto, Paul Griffiths, especialista do observatório, afirma que continua a ser a produção marroquina que abastece os países europeus.
Na Europa, afiançam cálculos mais conservadores, a cannabis terá sido experimentada, pelo menos uma vez na vida, por cerca de 75,5 milhões de pessoas e, no último ano, terá sido utilizada por 23 milhões de europeus. O seu consumo excessivo tem sido motivo de procura de tratamento: a cannabis era, em 2008, a principal droga de consumo em cerca de 21 por cento dos novos tratamentos (85 mil utentes) iniciados na UE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário