Nem todo mundo sabe, mas as fibras do cânhamo (a conhecida maconha) podem ser utilizadas para fabricar roupas, levantar paredes e compor a estrutura de um carro, devido à sua resistência (ela é duas vezes mais forte que outras fibras orgânicas). As sementes, no entanto, costumam ser descartadas. Mas isso está para mudar.
Aproveitando o potencial oleaginoso das sementes da maconha, o programa Polymer, da Universidade de Connecticut nos EUA, desenvolveu um biodiesel com altíssima taxa de aproveitamento: 97% do óleo das sementes foi convertido em combustível.
Outra vantagem da Cannabis sativa é a capacidade da erva de crescer em solo pobre e de baixa qualidade sem necessidade de pesticidas. Por isso, não é necessário cultivá-la em lavouras destinadas ao plantio de alimentos. “A produção de combustíveis sustentáveis muitas vezes compete com o cultivo de alimento”, afirma Richard Parnas, coordenador do Polymer, em artigo publicado no site da Universidade. “Nesse contexto, produzir biodiesel a partir de plantas que não são alimentos e que não precisam de terra de alta qualidade é um grande passo”.
O Polymer planeja construir uma unidade piloto de produção de biodiesel da cannabis, que contaria com um reator capaz de produzir até 200 mil litros de biocombustível por ano. Os cientistas pretendem testar novas formas de produzir biodiesel e realizar análises econômicas para a comercialização de seus métodos.
O biodiesel é um combustível biodegradável e renovável produzido a partir de matérias-primas vegetais, como soja, dendê, mamona e, agora, maconha. Ele possui um teor de poluição equivalente ao do álcool (feito de cana-de-açúcar, ele também é um biocombustível) e emite menos gases poluentes que a gasolina.
(Fonte: Exame Online)
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