do PE360 Graus
O primeiro encontro da Rede Estadual de Enfrentamento ao Crack vai reunir, nesta segunda-feira (5), profissionais que vão elaborar ações para combater a venda e o vício da droga em Pernambuco. Esse encontro começa às 8h, na faculdade Maurício de Nassau, no Recife. Foram inscritas 500 pessoas de vários movimentos sociais.
Um dos palestrantes é o médico psiquiatra Evaldo Melo (foto). Ele explica o processo de comoção em torno da droga. “O processo é semelhante ao que tivemos com a Aids. Quando matava os negros da África, ninguém se preocupava. Mas quando começou a matar os brancos da Califórnia e da Europa, começou uma grande mobilização. Nós acompanhávamos o crescimento do uso do crack. No entanto, quando matava os pobres não se dava tanta importância”, contou.
“O crack vem da cocaína. A velocidade de dependência do crack é diferente, é mais rápida. Como o crack é fumado, vai diretamente para o cérebro. Com isso a pessoa entra em um estado de excitação ou de prontidão para ação. Você fuma uma pedra de crack e, depois de 10 minutos, já precisa de outra. Causa uma degradação social muito grande. Mas a pessoa não fica viciada na primeira vez que fuma, isso é mito”, explicou Evaldo.
De acordo com o psiquiatra, a relação entre traficante e usuário também é diferente. “Em relação à maconha e cocaína, há um respeito do traficante com o usuário. Com o crack não. Há uma desqualificação da pessoa”, disse.
A solução, para Evaldo, deve vir do Estado. “Eu sempre defendo que a gente tem que ter em relação ao crack a mesma orientação que temos com outras drogas. O poder público deve ter ações de combate. A gente tem que dizer que o poder público tem que se preparar. A formação deve ser maior nas universidades e treinamento melhor para as pessoas que passam em concurso público”.
Quem quiser informações sobre locais que atendem dependentes de drogas, pode ligar para o telefone da Central Vida Nova: 0800 281 6093.
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