João Goulão, Presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência sobre aparecimento de 24 novas substâncias.
Correio da Manhã – O número de novas drogas descobertas em circulação, em 2009, foram 24. Este é um número recorde?
João Goulão – É verdade, nunca tinha havido, no mesmo ano, tantas novas substâncias reportadas. É, de facto, um número recorde.
– A que se deve um número tão elevado?
– Essas substâncias são muito próximas das anfetaminas. Basta uma pequena alteração da molécula para se tornar numa nova substância e ter um efeito não muito diferente. Surgem novassubstâncias para escapar aos ilícitos penais, porque não estão descritas nem reportadas pelas autoridades e assim escapam à malha.
– Quantas drogas existem?
– Existem umas centenas, com as mesmas substâncias naturais ou sintéticas, diferindo nos adulterados. Essas substâncias, todas juntas, não têm expressão. Porém, as substâncias que representam um maior séquito de consequências para a saúde e que têm maior consumo são a cocaína, canábis, ecstasy e heroína. E o álcool também.
– Quantas mortes foram provocadas pelo consumo de droga?
– Só temos dados de 2008 e as overdoses foram entre 16 e 20 óbitos. Não estão incluídas, por exemplo, as mortes na estrada e cujas autópsias revelam a presença de droga. No início de 2010 houve nove mortes em Coimbra, tendo-se levantado a suspeita de droga com antrax [existiram casos reportados pela Albânia], mas ainda não há conclusão das autópsias.
– Há quantos consumidores?
– Estão em tratamento 36 000 a 36 500 consumidores. Nunca tivemos tanta gente. Não chegará ao dobro os que não procuram ajuda.
– Há novos consumidores entre os mais jovens?
– Há uma diminuição no grupo etário dos 15-19 anos e este é um dos dados mais animadores.
– É o único?
– A incidência da sida entre consumidores tem vindo a diminuir.
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