da Globo.com
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, disse nesta terça-feira que países produtores, consumidores e de trânsito de drogas são corresponsáveis pelo combate ao tráfico no mundo e devem cooperar para resolver o problema.
Segundo Correa, é preciso evitar estigmatizar os países produtores e que servem de rota para o transporte das drogas. Ele destacou que os países da América do Sul não podem ficar marcados por preconceitos que prejudiquem as suas populações.
"Não pode ter protagonismo, e sim cooperação. Não pode ter imposição de conceitos, e sim cooperação na construção desses conceitos", afirmou Corrêa, que abriu na terça-feira uma conferência internacional sobre o combate às drogas no Rio de Janeiro.
O diretor-geral da PF propôs a formação de parcerias entre países para enfrentar o tráfico de drogas, como a existente entre Brasil, Paraguai e Bolívia. Segundo ele, agentes brasileiros estão na Bolívia conhecendo e estudando rotas do tráficos de drogas. A Bolívia é um maiores produtores mundiais de cocaína.
A PF tem ainda uma parceira com o Paraguai e, de acordo com Luiz Fernando Corrêa, em um ano foram apreendidas 2.000 toneladas de maconha no país vizinho.
"Essa droga, graças à ação cooperada, deixou de entrar no Brasil", disse Corrêa.
O Brasil avalia que os Estados Unidos não devem se sentir apenas vítima da produção mundial de drogas, mas precisa assumir suas responsabilidades e cooperar diretamente no combate ao tráfico internacional.
O diretor-geral da PF citou um exemplo próximo para deixar clara a posição brasileira.
"A maconha produzida no Paraguai tem como destino o Brasil na sua quase totalidade. Se ficássemos no conceito antigo, poderíamos dizer que esse é um problema do Paraguai. Mas na nossa visão, se tem produção, é porque tem mercado, e somos corresponsáveis", disse.
(Por Rodrigo Viga Gaier)
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