do G1
Em evento para discutir o combate ao narcotráfico nas fronteiras, o diretor geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, afirmou que o aumento do consumo de crack em diversas cidades brasileiras se deve ao combate eficaz da cocaína trazida na Bolívia.
“O crack, por incrível que pareça, é sinal de sucesso de uma política mundial de repressão. Temos diminuído o acesso ao cloridrato e aí surge um subproduto tão maléfico, tão doloroso, e as quadrilhas vão se adequando a esse mercado”, explicou ele, na Conferência Internacional Antidrogas (International Drug Enforcement Conference – IDEC) que acontece na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, nesta terça-feira (27).
Fronteiras do tráfico
O evento, que conta com a participação de mais de 90 países, foi organizado em conjunto pela agência antidrogas dos EUA, a Drug Enforcement Administration-DEA, e pela Polícia Federal. De acordo com a administradora da DEA, Michele Leonhart, o foco da conferência é discutir o combate ao narcotráfico e reprimir a figura do intermediário, aquele que permanece a sombra do traficante e proporciona, no final da cadeia, a lavagem de dinheiro.
“Muitas operações começam em um país e vão para outro. Traficante não respeita fronteiras. Por isso o trabalho em conjunto é de extrema importância para combater o tráfico de produtos químicos perigosos”, afirmou Leonhart.
Repressão a venda de remédios pela internet
A administradora lembrou que o desafio de combate às drogas está também no mundo virtual. “Precisamos reprimir os médicos que vendem remédios ilegais pela internet, inclusive para crianças. Mais pessoas morrem nos EUA em decorrência das drogas do que por ferimentos causados por armas de fogo”, disse ela.
O diretor geral da Polícia Federal reafirmou que as riquezas provenientes das drogas colocam em risco até mesmo os regimes democráticos. “Somos corresponsáveis pelas drogas que entram em nosso país. Estamos realizando esforços de cooperação em toda a América do Sul. O trabalho já tem tido bons resultados no Paraguai. Em dois anos, impedimos a entrada no país de 2,3 toneladas de maconha provenientes do Paraguai”, concluiu.
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