Do Estadão
Mais de 70% dos pacientes em recuperação de dependência química ou alcoólica são usuários de crack, segundo estudo inédito realizado após o primeiro ano de funcionamento da primeira clínica pública para dependentes em álcool e drogas do Brasil, ligada à Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. Metade dos dependentes utilizava mais de uma droga. O crack e o álcool aparecem como as principais.
Levantamento realizado a partir do perfil dos pacientes mostra que os homens são responsáveis pela maior parte das internações, representando 82% dos pacientes, contra 18% de mulheres. A média de idade é de 35 anos, com 54% de solteiros, 21% de divorciados ou separados e 15% de casados.
Inaugurada em março de 2009, a unidade é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde, o Grupo de Saúde Bandeirantes e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A clínica está localizada em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e atendeu 233 pacientes ao longo dos últimos 12 meses.
O modelo da unidade propõe o gerenciamento dos casos individualizados dentro de um programa de estratégias terapêuticas. A desintoxicação acontece fora do ambiente hospitalar para o qual essas pessoas costumam ser encaminhadas. Todos os pacientes atendidos vieram encaminhados por outras unidades de saúde. A clínica possui uma participação ativa de uma equipe multiprofissional.
"Trata-se de um local com abordagem e tratamento diferenciados, modelo inédito na rede pública. Completamos um ano de sucesso e inovação, disponibilizando a população um aparelho extremamente eficiente e gratuito", afirma o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.
Durante os cerca de 40 dias de internação, o que varia conforme o caso, os pacientes têm uma grade de atividades diárias, com grupo de sentimentos e valores, de sexualidade, de dança de ritmos caribenhos e grupo específico para dependentes químicos.
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