domingo, 21 de março de 2010

Santo Daime pode ser antidepressivo

Do Jornal A Cidade

Cipó de Ribeirão Pelicano, em foto de 2008, mostra a produção local da plantaPesquisa pioneira da USP-RP testa há quase dois anos a Ayahuasca - poção utilizada no Santo Daime. O responsável pela pesquisa é o cientista Jaime Eduardo Cecílio Hallak, que deu uma longa entrevista sobre o assunto ao jornalista Rubens Zaidan, em novembro de 2008, para a página de Ciência do A Cidade.

O professor Hallak, que prefere não falar novamente sobre o assunto, disse na época que o estudo-piloto pesquisava a eficácia da ayahausca, poção feita com o cipó Jagube e com a folha do arbusto rainha, contra a depressão. Depois, como os resultados não eram conclusivos, preferiu aprofundar o estudo e decidiu passar a usar ratos de laboratório. O trabalho ainda não terminou.

Histórico da pesquisa
Duas mulheres, com problemas crônicos de depressão e que não respondiam bem ao tratamento convencional, foram os primeiros pacientes voluntários desse estudo pioneiro em todo o mundo. Sobre ele, disse textualmente o coordenador Jaime Hallak, do departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP ao repórter Rubens Zaidan:

"Depois desse estudo com oito voluntários, vamos propor ao comitê de ética a ampliação até 60 pacientes. Os resultados com os dois primeiros casos foram fabulosos". O professor contou que as pacientes chegaram tristes, deprimidas, sem iniciativa, desanimadas, sem apetite e com insônia."Demos a ayahuasca e elas ficaram em observação no hospital durante três dias, por questão de segurança".

O pesquisador contou ainda ao jornalista Zaidan que depois de tomarem a ayahuasca, as pacientes tiveram visões semelhantes às relatadas pelos usuários do Santo Daime. E também sensações e pensamentos de bem-estar. Essas visões e sensações duraram de 40 minutos a uma hora. E logo depois veio a boa surpresa."Aí fica o que chamo de efeito fabuloso: as pacientes não estavam mais tristes, nem deprimidas. De imediato, as duas senhoras, alegres, disseram que passaram a encarar a vida com novo ânimo".

O jornalista escreveu: "Para Jaime Hallak, as sensações de alegria e bem-estar delas, que ocorreram rapidamente - equivalem ao resultado normalmente obtido com o eletrochoque - procedimento utilizado quando os demais não funcionam- mas depois de 5 a 6 sessões de aplicação". A novidade é que o efeito ocorre rapidamente.

"Nesse caso da ayahuasca, com uma dose única, o efeito perdurou por quatro dias, o que é um grande achado. Como é um teste inicial, não demos as doses subsequentes e elas voltaram ao tratamento convencional."

Nenhum comentário:

Postar um comentário