Fonte: Diário da Manhã
Em sua segunda edição em Goiânia, a Marcha da Maconha reuniu mais de 800 pessoas na noite de ontem, segundo os organizadores do evento. Os manifestantes ocuparam a Praça Universitária durante a tarde e seguiram para a Praça Cívica, por volta das 19h. Com um cigarro de maconha de quase 10 metros de comprimento, cartazes, faixas, informativos e até carro de som, os participantes pediram a legalização do entorpecente. A Polícia Militar acompanhou todo o manifesto de longe, sem interferências.
Proibida em 2011, a Marcha da Maconha teve aval do Supremo Tribunal Federal (STF) por considerar que todos têm direito à liberdade de expressão. “Nós lutamos pela legalização da maconha para uso cultural, religioso e até medicinal. A maconha é uma das plantas mais seguras do mundo, mas a política de criminalização é fraca e ninguém consegue controlar o uso”, afirmou Marcello Soldam, organizador da marcha na Capital.
Segundo ele, a proibição da droga é equivocada, já que a bebida alcoólica e o cigarro, que causam efeitos piores que a maconha, são liberados. “Cerca de 400 mil pessoas fumantes morrem por ano no mundo. O álcool mata anualmente cerca de 100 mil pessoas. Nunca houve qualquer registro de morte pelo uso da erva. Somente pelos dados dá para saber o que é pior”, explicou.
Para ele, a legalização do entorpecente seria o meio mais eficiente para que o Estado pudesse ter controle do uso. “Nós defendemos o plantio caseiro e por meio de associações. Assim, o Estado teria um controle do cultivo.” O artista plástico e o responsável por intermediar a marcha goiana com outras nacionais, Newton Mirito, 25, ressalta a importância da descriminalização do usuário. “O usuário de maconha não é criminoso, nem bandido. O Estado não deve intervir com força de polícia, mas com políticas públicas. Por isso que as cadeias estão lotadas. Se houvesse a liberação da maconha, o usuário não teria mais contato com o traficante, que acaba vendendo para ele outros tipos de drogas.”
Marcelo explicou que a comissão de juristas que está elaborando projeto de reforma do Código Penal aprovou a descriminalização do uso de drogas no Brasil na última segunda-feira, 28 de maio. Segundo a proposta, as pessoas que forem flagradas com pequenas quantidades de entorpecentes para consumo próprio para até cinco dias não poderão mais ser detidas. Para entrar em vigor, a proposta precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional. O anteprojeto do novo Código Penal será entregue ao Senado em 25 de junho.
Hora de fumar
Os manifestantes se concentraram na Praça Universitária às 16h20, horário conhecido na cultura canábica como hora de fumar. De lá, seguiram por volta das 19h para a Praça Cívica. O trânsito no local ficou tumultuado, mas não houve maiores transtornos. Segundo Newton Mirito, a Marcha da Maconha vai continuar no propósito de reunir mais pessoas. “Vamos lutar pela legalização com palestras, oficinas e caminhadas. Nossa intenção é trazer mais pessoas para a marcha goiana”, disse.
Newton disse ainda que o Supremo pode decidir, ainda este ano, se o porte de drogas para uso pessoal deve ou não ser considerado crime. A decisão definirá se é constitucional ou não o dispositivo da Lei de Tóxicos (Lei 11.343/2006), que tipifica como crime o uso de drogas para consumo próprio.
Eu nem acredito que perdi a marcha na minha cidade... aff!
ResponderExcluirMas com certeza foi um belo evento!!