Fonte: Folha de São Paulo
A primeira Marcha da Maconha realizada no Rio depois da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que permitiu manifestações pela legalização da droga terminou em confronto entre a polícia e ativistas quando houve a intervenção do Batalhão de Choque da Polícia Militar.
Manifestantes fazem Marcha da Maconha na zona sul do Rio
Dois veículos do Choque chegaram pouco antes das 19h, quando a marcha já estava terminando, e seus ocupantes lançaram gás lacrimogêneo e dispararam balas de borracha contra os manifestantes, que haviam bloqueado o trânsito em uma das pistas da avenida Vieira Souto, na orla de Ipanema (zona sul).
De acordo com a PM, os policiais do Choque reagiram a um grupo de manifestantes que lançou garrafas e pedras contra as duas viaturas. Houve pelo menos quatro feridos, segundo o sociólogo Renato Cinco, um dos organizadores da manifestação.
O capitão Aislan Santos Orrico, do 23º Batalhão da PM (Leblon), disse que tomou a iniciativa de chamar o Batalhão de Choque porque os ativistas tentaram estender o bloqueio para outras vias além da Vieira Souto.
Os manifestantes estão a caminho da 14ª DP (Leblon) para registrar ocorrência e seguir para o IML
NEGOCIAÇÃO
Até o confronto, a marcha, que começou às 16h30, transcorreu sem maiores problemas e reuniu 2.500 pessoas, segundo a PM.
Os organizadores não haviam pedido permissão à prefeitura para o fechamento da Vieira Souto nem para usar carro de som, mas policiais do 23º Batalhão mediaram um acordo com a CET-Rio (companhia municipal de trânsito) para que uma pista da avenida fosse bloqueada.
"Antes a polícia vinha para proibir, agora vem para garantir a marcha. É uma nova experiência, um novo relacionamento", havia afirmado o advogado André Barros, do grupo que organizou a manifestação.
Antes do confronto, o capitão Orrico também elogiou o acordo com os ativistas. "Não adianta ser intransigente. Eles têm o direito de se manifestar, os outros têm o direito de ir e vir. O negócio é fazer com que a manifestação acabe logo e em paz", disse.
Renato Cinco defendeu um "debate democrático" sobre o tema: "A proibição [da maconha] provoca mais danos que o uso. Gera violência e corrupção".
A marcha de hoje deu início a uma série de manifestações semanais no Estado. As próximas serão em Niterói, Petrópolis, Nova Iguaçu e Rio das Ostras.
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