Fonte: R7
Policiais reprimiram ato pela liberdade de expressão com bombas e balas de borracha
A secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania do governo de São Paulo, Eloisa de Sousa Arruda, defendeu, na segunda-feira (23) a ação “severa” da Polícia Militar ao ser questionada sobre as cenas de violência vistas no último sábado (21), quando uma marcha pela liberdade de expressão foi reprimida com gás lacrimogêneo e balas de borracha na avenida Paulista.
- Eu não presenciei [as cenas de violência]. Então, o que dizem é que excessos foram cometidos, mas eu não vi esses excessos serem cometidos. Eu acho que, por vezes, é necessário uma atuação mais severa diante de um problema de instabilidade da ordem. Eles sabiam que eles não podiam fazer a marcha.
A princípio, os manifestantes que percorreram a avenida Paulista no sábado pretendiam realizar a Marcha da Maconha. Um dia antes, no entanto, um desembargador do TJ (Tribunal de Justiça) vetou a realização do protesto, que pede a descriminalização do uso da droga.
A solução encontrada, então, foi fazer um ato em defesa da liberdade de expressão, e os manifestantes se comprometeram a não expor referências à maconha na passeata. Quando a atividade começou, no entanto, os policiais foram orientados a desobstruir a via. Foram usados cassetetes, balas de borracha, bombas de efeito moral e gás.
Ao ser informada de que jornalistas também foram agredidos, a secretária, que participou de um evento da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo ontem, disse não crer que a polícia tenha agido de forma violenta espontaneamente.
- Partir para cima e bater gratuitamente, eu não acredito que a polícia tenha feito isso. Se houve uma situação de agressão, o que eu imagino, pelo que conheço da Polícia Militar de hoje, deve ser revide a algum tipo de ataque.
Eloisa defendeu ainda a investigação de eventuais excessos.
- Se houve excessos, eles deverão ser objeto de apuração pela Corregedoria da Polícia Militar.
Ministro
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que participou do mesmo evento da OAB-SP, disse que não viu as imagens do protesto, mas condenou a violência das polícias em qualquer situação.
- A violência policial, em qualquer lugar, é inaceitável. Ela exige apuração rigorosa dos fatos e punição dos envolvidos. Tenho a convicção de que o governador de São Paulo tomará as medidas cabíveis.
Mais cedo, o governador do Estado, Geraldo Alckmin, havia criticado a postura da PM e cobrou a apuração de eventuais abusos.
- Nós não compactuamos com isso, por isso vai ser averiguado se houve abuso, se houve excesso.
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