sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Partidos da coalizão em lados opostos no Reino Unido

Fonte: Carta Capital

Os partidos do governo de coalizão no Reino Unido estão novamente em lados opostos. Os Liberais Democratas, do vice-premiê Nick Clegg, devem pedir que os Conservadores, do primeiro-ministro David Cameron, considerem urgentemente a liberalização de todas as substâncias ilícitas, incluindo heroína e cocaína, em uma tentativa de diminuir os níveis de dependência no país. No entanto, algumas alas do partido são fortemente contra reformas na legislação antidrogas.

O novo descompasso entre os partidos acontece pouco mais de três meses após o plebiscito para a reforma eleitoral britânica. Na ocasião, os liberais defendiam mudanças no sistema de votos no Reino Unido e os conservadores foram contra, opção que venceu nas urnas.

A conferência do Partido Liberal prepara uma defesa para a substituição da antiga lei britânica por uma nova estratégia de combate ao uso de drogas. Porém, a votação em favor das propostas não garantiria a entrada do tema no manifesto do partido nas próximas eleições.

Apesar de os liberais defenderem que as leis antidrogas deveriam seguir bases científicas, nunca houve um compromisso com um manifesto pela descriminalização.

Exemplos

Os liberais democratas devem pedir o estabelecimento imediato de um painel de especialistas para elaborar planos de descriminalização de todas as substâncias ilícitas.

A reforma é baseada na legislação de Portugal, que permite o uso pessoal de qualquer substância controlada. No país, a posse de drogas é ilegal, mas os usuários não são mandados para a prisão e sim encaminhados para tratamento.

Uma moção a ser debatida na conferência do partido diz: “Indivíduos, especialmente jovens, podem ser prejudicados pela imposição de registros criminais e pelo uso de drogas. A prioridade para os dependentes deve ser a saúde, educação e reabilitação, não punição”.

O documento ainda aponta que os países onde as drogas foram liberalizadas não apresentaram aumento do uso e cita exemplos de resultados efetivos com tratamento ao invés de prisão na Suíça e Holanda.

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