segunda-feira, 16 de maio de 2011

Maconha: liberdade, terapia ou crime?

Fonte: Portal JJ

Uma questão polêmica vem tomando, literalmente, as ruas das cidades: a descriminalização do uso da maconha e a liberação do plantio da erva, uma polêmica com data marcada para chegar também às ruas de Jundiaí: dia 22, próximo domingo, quando será realizada na cidade a edição da Marcha da Maconha, movimento mundial em prol da liberação da erva. Os favoráveis à causa apontam vantagens econômicas e até de saúde com a mudança. Já aqueles que são contrários rebatem os argumentos e ainda afirmam que, se houver modificação na legislação atual, poderá fomentar o número de dependentes da droga.

Marco Magri, cientista social especialista em Políticas de Drogas, é um dos que erguem a bandeira pela legalização da "cannabis sativa", nome científico da maconha. "A regulamentação é um grande passo para a regulamentação das drogas. Hoje se gasta bilhões de reais na chamada "Guerra às Drogas", política baseada na prisão de produtores, transportadores e usuários de drogas. Todo o sistema policial destinado ao combate ao tráfico de drogas e o sistema jurídico destinado ao combate ao tráfico consomem grande quantia de dinheiro público", argumenta. Para ele, com a regulamentação, parte do dinheiro investido na Guerra às Drogas poderia ser investido em pesquisa, medicina, saúde, atendimento e assistência social.

A questão econômica também entra na conta do pró-maconha. Segundo Magri, os produtores e transportadores, que hoje são considerados traficantes, entrariam para o mercado legal, o que geraria postos de trabalho e renda, além de enfraquecer o tráfico. "Proibir as drogas não ajudou e não ajuda em nada uma família que precisa de informação e acesso a tratamento", acrescenta. Um dos articuladores da Marcha da Maconha em Jundiaí, Mauro Renato Pegoraro Orsi, destaca que o movimento é uma expressão dos direitos individuais. "Temos recebido muito apoio. O encontro será às 14 horas, em frente à Estação Ferroviária de Jundiaí, e, de lá seguiremos, pela avenida dos Ferroviários", conta. Orsi ressalta que a mobilização não tem caráter político.

Outro lado - O empobrecimento do tráfico não acontece, segundo o delegado da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Jundiaí, Florisval Silva Santos, contrário à descriminalização e a liberação da maconha. "Os pontos de tráfico não vendem só uma droga. Hoje, a maconha não é a mais procurada. O que lidera o consumo é crack e cocaína, fato comprovado pelas apreensões feitas pela polícia", afirma. Outro ponto que o delegado enfatiza é a falta de equipamentos públicos para dar suporte de saúde aos dependentes. Problema também apontado pelo presidente do Conselho Municipal do Combate às Drogas, Edmilson Borges. "O governo não consegue tratar nem os dependentes alcoólicos e os de drogas na situação de hoje. Com a liberação, aumentaria o uso, o que faria com que as pessoas se transformassem, mais rapidamente, em dependentes", analisa.

Borges lembra que a maconha vem sendo utilizada, em alguns casos, como terapia para doentes de aids, câncer e até de Alzheimer. Mas, nem dessa forma, deixa de ser droga. "Esses doentes têm problemas para se alimentar. A maconha consegue abrir o apetite. Também vem sendo usada como forma de reduzir danos em tratamentos de pessoas que já estão dependentes, como uma medida compensatória: troca uma droga pesada por uma que é considerada de menor dano." Em média, segundo dados do Centro Especializado no Tratamento de Dependências em Álcool e Drogas, 11% da população têm problemas graves com uso de substâncias como álcool, maconha, cocaína e outras drogas. "É inadmissível alguém achar que não existem problemas em liberar essa droga. A maconha é uma droga altamente potente para dependência, desorganizadora, desencadeadora de transtornos mentais, como esquizofrenia. Provoca prejuízos em vários setores, como saúde, educação e social", defende a coordenadora do órgão, Regina Bichara Rossi.

PATRÍCIA BAPTISTA

2 comentários:

  1. Essa PATRÍCIA BAPTISTA é uma hipocrita...

    Pode ver q na juventude comero ela fumando maconha...´r isso q tem trauma

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  2. Ker compara quimico com natural... isso é um absurdo..

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