RIO - O saque ao patrimônio do tráfico virou uma regra no Complexo do Alemão . Já na manhã de segunda-feira, não havia mais sinais de luxo na casa do traficante Alexander Mendes da Silva, o Polegar, encontrada pela polícia na véspera . Até mesmo as duas televisões de 40 polegadas que estavam danificadas por tiros e uma geladeira, que também foi encontrada pelos policiais destruída a marretadas, haviam desaparecido do lugar.
- Não sobrou nem a água da piscina - comentou um morador.
Aliás, por pouco não foi levada a piscina. Do deque, faltavam as ripas de madeira. Na véspera, depois da saída dos policiais, crianças brincaram na piscina, aproveitando o dia de sol.
Bordel exclusivo para os chefões do tráfico
Além do luxo, a luxúria. Os chefes do tráfico de drogas do Alemão tinham um bordel privê, com direito a shows exclusivos de garotas de programa, que faziam apresentações em cima de três queijos, numa sala com cerca de 50 metros quadrados, com um sofá vermelho com almofadas brancas e paredes espelhadas. A localização do prostíbulo foi informada por moradores à polícia. Segundo contaram, o local era restrito aos chefes do tráfico e a convidados da facção criminosa.
- Segundo os moradores, as meninas se exibiam nos queijos, enquanto os chefes faziam suas escolhas. As escolhidas iam para a suíte em frente ao salão - contou um dos policiais.
De acordo com ele, logo após a polícia deixar o imóvel, o bordel foi saqueado por moradores, que levaram até os espelhos da parede. A casa de dois andares, com piso de porcelanato e uma varanda coberta, com churrasqueira, fica numa região conhecida como Beco dos Irmãos. No andar de cima, ainda há vestígios da presença de um home theater, instalado no que deve ter sido a segunda suíte da casa.
Descendo o beco à direita, um pequeno cômodo, também decorado com porcelanato e uma vista panorâmica da favela, servia de ponto de observação.
- Tem muita coisa ainda para vocês descobrirem - comentou um morador.
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