quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Drogas: quem nunca pecou que apanhe a primeira pedrada

do Ionline

Se é daqueles que acha que a sociedade dos nossos dias se resume a uma cambada de viciados em tabaco, álcool e drogas, temos uma boa notícia: o mal não é desta geração, nem da anterior. Mesmo longínquos anos A.C. toda a gente recorria a inebriantes. Fosse por razões sociais, medicinais ou rituais, os nossos antepassados usavam-nas sem vergonhas nem reservas. As drogas não nasceram em Woodstock e têm muito que se lhe diga.

"High Society" - que traduzido para português seria qualquer coisa como sociedade pedrada - é a exposição que reúne quadros, imagens, objectos e artefactos relacionados com o consumo de droga. O trabalho, disponível na Welcome Collection faz-se acompanhar pelo livro "High Society: Mind-Altering Drugs in History and Culture"do escritor e historiador Mike Jay. Interessado em temas relacionados com a sociedade, a ciência e as drogas, Jay afirma que "todas as sociedades são ''pedradas'', todas têm os seus tóxicos, vícios e hábitos. O que aconteceu com a globalização é que cada sociedade descobriu os tóxicos das outras".

Tabaco, ópio ou canábis: todas têm uma história. Quando Colombo descobriu a América, procurava especiarias mas encontrou uma planta diferente: a do tabaco. Foi ele que o trouxe para a Europa. O ópio, por sua vez, começou por ser utilizado pelos ingleses que descobriram a droga nas suas colónias, na Índia. Este produto retirado das papoilas tornou-se um verdadeiro vício para os chineses. Foi por causa desta comercialização de droga que se deram as "Guerras do Ópio", dois grandes conflitos entre britânicos e chineses. Quanto à canábis está ligada a Napoleão e à chegada ao Egipto.

O objecto mais antigo desta exposição é um cachimbo que data de 1500 A.C.. Além disso, contam-se cerca de 200 artefactos, entre desenhos ou quadros inspirados no tema, documentários ou até um gráfico gigante que apresenta o percurso do tráfico de drogas. Uma secção especial está reservada a confissões de pessoas que pretendam partilhar as suas experiências.

"As opiniões das pessoas sobre as drogas são muito polarizadas, queremos mostrar que nem tudo é bom ou mau. As drogas abrangem uma série de substâncias que têm histórias fascinantes e contextos culturais" explica Caroline Fisher, uma das curadoras da exposição.
Um caleidoscópio dá vida a este frente-a-frente. Seguem-se várias imagens rotuladas pela sociedade como boas ou más. Um cachimbo de tabaco, um kit para injectar drogas, uma cerveja chinesa ou um vinho do Marks & Spencer convivem lado a lado.

A exposição apresenta ainda várias personalidades do passado que estiveram ligadas às drogas. Por exemplo, há quem diga que para escrever "Alice no País das Maravilhas" Lewis Carroll teve uma ajudinha do ópio, droga também apreciada pelo nosso conterrâneo Fernando Pessoa.
"É provável que não haja um início para esta história", explica Mike Jay. "Todos os animais gostam de comer fruta fermentada e ficam embriagados. É provável que tenhamos começado a consumir mesmo antes de sermos humanos."

2 comentários:

  1. "droga também apreciada pelo nosso conterrâneo Fernando Pessoa."
    Na humildade sem quere da uma de sabe mais ou espertão,falo aqui como leitor assiduo do blog
    Fernando Pessoa era de portugal irmão, só pra consta!
    abraço
    paz

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  2. Pois é bro, perdeu uma bela chance para ficar calado. A matéria foi retirada do Ionline que é um site português. Então quem fez a matéria é conterrâneo de Fernando Pessoa.

    Da próxima, se informa mais.

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