O director da Unidade Nacional de Contra Terrorismo da PJ realçou hoje, quarta-feira, o "grau de sofisticação" do laboratório de produção de cannabis que foi descoberto no Montijo, perto do Pinhal Novo, na sequência de uma investigação relacionada com o crime violento.
Segundo esclareceu Luís Neves, foi no seguimento da investigação e detenção de quatro britânicos suspeitos de terem raptado e torturado durante 13 dias um cidadão escocês que a Polícia Judiciária (PJ) "localizou dois locais onde se produzia cannabis em território nacional", tendo a descoberta mais significativa levado ao desmantelamento de um "sofisticado" laboratório no Montijo, perto do Pinhal Novo, concelho de Palmela.
"Detectamos que esta estrutura criminosa controlava todo o circuito - produção, crescimento, secagem e até distribuição" - do produto estupefaciente, destinado a ser comercializado no estrangeiro", referiu.
Luís Neves precisou que o laboratório foi montado num terreno arrendado e "bastante grande", onde membros da organização procediam às várias fases da sua actividade criminosa, mercê de equipamento importado e tecnologia sofisticada que "potenciava o crescimento" da cannabis.
O director da UNCT revelou que esta unidade de produção de cannabis estava "automatizada", dispensando praticamente a intervenção humana, confirmando que os elementos detidos nem sequer viviam ali, mas numa casa próxima, também situada na zona do Pinhal Novo.
Quanto à relação "umbilical" entre esta actividade criminosa e o rapto de um cidadão escocês em Boliqueime, Algarve, a quem cortaram uma orelha e dedos dos membros inferiores e superiores, entre outras sevícias, o responsável da PJ explicou que estes eventos ligados ao crime violento "têm a ver com o controlo deste tipo de actividade criminosa" e que a investigação, que envolve outras polícias, está ainda longe do fim.
Os quatro britânicos foram detidos por crimes de rapto, sequestro qualificado, ofensas à integridade física graves qualificadas, roubo qualificado, tráfico internacional de estupefacientes e associação criminosa. Os detidos têm entre os 24 e 47 anos.
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