do Opera Mundi
O México deveria apoiar a proposta de lei no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, que prevê a legalização da maconha, como forma de reconhecer que a política oficial de enfrentamento violento e "guerra às drogas" fracassou, defende o líder da principal associação política de hispânicos nos EUA, Antonio González.
Em entrevista ao jornal mexicano La Jornada nesta quinta-feira (2/9), o presidente da Liga de Eleitores Latinos fez referência à Proposta 19, que será submetida a plebiscito na Califórnia no início de setembro. Se aprovada, a medida legalizará o consumo pessoal de Cannabis sativa e regulamentará sua venda e distribuição, como já é feito com bebidas alcoólicas. Para González, mudança da lei no estado norte-americano, que é vizinho ao México, poderia ajudar a reduzir a violência ligada ao tráfico e a falta de segurança que prejudicam os habitantes das regiões próximas das fronteira entre os dois países.
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“A legalização da Cannabis na Califórnia reduziria a violência da indústria das drogas tanto aqui como em toda América Latina, particularmente em países como México e Colômbia. Cerca de 60% dos negócio do tráfico são baseados na maconha, e a Califórnia é o estado com o maior consumo do país”, disse.
Segundo González, as despesas com a "guerra às drogas" têm tido impacto negativo contra as minorias nos EUA e no México, assim como no mundo todo. “Negros e latinos são presos entre duas e dez vezes mais por uso pessoal de maconha”.
“Uma política diferente levaria menos racismo e contra nossos jovens negros e latinos, mais oportunidade, e menos deportações de trabalhadores imigrantes, já que portar pequenas quantidades de maconha são a principal causa das deportações. Seria o princípio para acabar com os cartéis de droga no México”, argumentou González.
Agricultura
Na Califórnia, estado com maior importância para a agricultura dos EUA, o mercado da maconha chega a movimentar 14 bilhões de dólares e a produção é superior a qualquer produto agrícola. Segundo González, com os impostos cobrados sobre a droga, cerca de um bilhão de dólares anuais poderiam ser destinados para financiar programas de educação e de tratamento para os dependentes químicos. Outro benefício seria para os pequenos agricultores, que plantariam a erva.
Diante do alto índice de violência ligado ao tráfico, algumas manifestações a favor da legalização das drogas, não apenas da maconha, foram feitas no México.
No país, ao todo, 28 mil pessoas já morreram na violência ligada ao crime organizado desde que o presidente Felipe Calderón assumiu o cargo, em 2006. Com isso, a estratégia de seu governo para combater o tráfico tem sido criticada. Em agosto, Calderón disse que está disposto a discutir o tema, mas já adiantou que seu governo se opõe à legalização das drogas.
Clique aqui para ler mais sobre a Proposta 19: http://yeson19.com
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