terça-feira, 1 de junho de 2010

Parte dos usuários não aceita se tratar

da Gazeta do Sul

Santa Cruz encaminha 30 pessoas por mês, a maioria jovens usuários de crack, para desintoxicação em comunidades terapêuticas em Rio Pardo e Candelária: 15 em cada cidade. Os pacientes ficam internados durante 21 dias. Um dos problemas começa porque a ida não é obrigatória. Parte dos usuários não aceita a indicação, volta para casa e retorna para as drogas. O presidente da clínica Recomeçar, Roberto Moura, detalha a consequência do relacionamento da juventude de Santa Cruz com as drogas, em especial, o crack. “A gente teve que botar grades. As pessoas tentam fugir pelas janelas”, revela.

O presidente do Conselho Municipal Antidrogas, Flávio Costa, ressalta que a atual geração do tráfico de drogas destrói mais rapidamente a juventude. “Antes, os viciados em maconha também roubavam os pais para comprar a droga. Mas a velocidade das consequências era muito menor. Hoje, o crack em seis meses já traz tudo isso, desde roubos até o tráfico”, avalia.

O Centro de Atenção Psicosocial para Álcool e outras Drogas, o Caps AD, atende atualmente cerca de 210 pacientes. Oitenta por cento de usuários de drogas. Desse grupo, de cada 10, nove são jovens, com menos de 30 anos. Já as estimativas da Comunidade Terapêutica Recomeçar apontam que 90% dos atendimentos são de viciados, na maioria, em crack. De cada dez, sete são jovens que se envolveram com drogas. A situação ainda atinge os menores. Entre os registros, crianças de oito anos já viciadas.

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