quarta-feira, 7 de abril de 2010

O perigo do álcool para a saúde da mulher

Do Diário de Maringá

Embora os homens ainda apresentem um maior consumo de álcool do que as mulheres, estas têm sido vítimas cada vez mais frequentes dos problemas associados ao uso abusivo desta substância.

É notório que elas estão consumindo mais bebidas alcoólicas e com maior frequência, muitas vezes seguindo um padrão de consumo de álcool considerado perigoso, conhecido como “binge drinking”, ou seja, a ingestão de quatro ou mais doses alcoólicas em uma mesma ocasião.

Paralelamente, esse comportamento pode provocar consequências negativas à saúde da mulher, como comportamento sexual de risco e abuso de álcool durante a gravidez.

Em se tratando de saúde da mulher, a relação do consumo de álcool com o desenvolvimento de câncer de mama é outro tema preocupante. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas.

Somente no ano de 2007, foram 11.194 mortes devido a este tipo de câncer no País, que é o mais comum entre as mulheres e o segundo tipo mais freqüente no mundo. O Inca ainda prevê que 49.240 novos casos de câncer de mama sejam diagnosticados em 2010.

Nos últimos 20 anos, pesquisas têm abordado essa associação e uma revisão científica publicada recentemente no Breast Cancer Research traz uma nova perspectiva sobre o assunto.

De modo geral, há evidências consistentes de que mesmo o consumo moderado de álcool, algo em torno de 10 gramas por dia aumenta o risco de câncer de mama. Para se ter uma ideia do que isso representa, uma dose de bebida alcoólica contém de 8 a 13 gramas de etanol, o que equivale a 285 mililitros de cerveja, 120 ml de vinho ou 30 ml de destilado (uísque, vodka ou pinga), de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em uma análise combinada de 53 estudos epidemiológicos, verificou-se que haveria um aumento de 7,1% no risco de desenvolver câncer de mama para cada aumento de 10g no consumo diário de álcool. Outra análise, com dados de seis estudos, demonstrou que o consumo maior ou igual a 40g de álcool/dia estava relacionado a um aumento de quase 70% no risco de desenvolver o câncer de mama, em comparação ao grupo abstêmio.

No entanto, o mecanismo de ação pelo qual o consumo de álcool aumenta o risco de câncer de mama ainda permanece desconhecido. O que existe atualmente, contudo, são evidências de que o álcool influencia as vias de sinalização do estrógeno, hormônio fortemente associado ao câncer de mama. Portanto, recomenda-se a adoção de hábitos saudáveis, como redução do tabagismo, do uso de álcool, da obesidade e do sedentarismo.

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