Fonte: Blog do Luis Nassif
A tempestade se acirrava e as folhas das árvores e a maconha eram as alternativas para boicotar a indústria.
Por Rafael M. Zanatto
Quando um cego grita pra outro cego, os dois
tropeçam na mesma pedra.
Vincent Van Gogh
De volta, com os dois pés firmes no chão, na terra que um dia foi dos papagaios. Trago mais que um “trago” de lembranças de Amsterdam. Mas não esqueci por lá a sistemática, que por mais que queira dissolver, ela corrói por dentro todas as possibilidades de criação. Vai e volta desgraçado, que não consegue falar das bicicletas que rasgam a cidade pra lá e pra cá. Mas os carros são pragas que não morrem fácil. Alguns persistentes motoristas se arriscam a atropelar uma multidão de ciclistas. As regras já estão incorporadas e qualquer deslize, qualquer desatenção, como atravessar desavisado pela ciclovia, uma voz que rasga o vento velozmente de pronto adverte-lhe: Veja por onde anda! O sistema é planejado, a cidade, plana, os canais, cheios de água e barcos, casas que flutuam. Flores de todas as espécies, multicoloridas, pés de maconha em escolas de cultivo. Turistas, quantos turistas para conhecer a cidade “mais livre do mundo”, onde a prostituição é legalizada e a maconha, se pode fumar em cafés.