Fonte: G1
Manifestantes caminham pelo Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio. Ato quer propor mudanças na política de drogas do Brasil.
Diferente da passeata de maio, quando uma confusão entre manifestantes e policiais militares deixou alguns feridos, a Marcha da Maconha desta terça-feira (19) teve motocicletas da PM abrindo o caminho para centenas de participantes na Cúpula dos Povos, maior evento paralelo à Rio+20, no Aterro do Flamengo.
A caminhada começou pontualmente às 16h20, saindo da frente do Museu de Arte Moderna (MAM), na Zona Sul do Rio de Janeiro, em direção à Praia do Flamengo. No dia 5 de maio, a marcha foi realiozada na Praia de Ipanema. Manifestantes foram agredidos por cassetetes, balas de borracha e estilhaços de bombas de efeito moral.
"Nosso objetivo é dialogar com o público da Cúpula dos Povos e queremos colocar a legalização da maconha na pauta do evento e no documento final da Cúpula", afirmou Renato Cinco, líder do evento, que antes da marcha dialogou com policiais militares e pediu aos manifestantes para que ninguém usasse maconha durante a caminhada. "Quem fumar corre o grande risco de ser detido", completou.
O ato contou com cartazes, faixas e gritos de guerra do grupo. Pessoas contrárias à legalização das drogas também se manifestara durante a Marcha da Maconha, mas o clima foi pacífico.
A marcha percorreu cerca de um quilômetro. O líder Renato Cinco convocou o grupo para participar da assembleia que irá ocorrer na próxima sexta-feira (22), quando será definido o documento final da Cúpula dos Povos, com as diferentes reivindicações. Os integrantes da Marcha da Maconha estão acompanhando as plenárias do Aterro, para que a legalização da maconha seja incluída na pauta.
Ao final do ato, apesar do pedido inicial do líder, alguns manifestantes acenderam cigarros de maconha.
O protesto foi marcado por redes sociais.
Pela manhã, cerca de duas mil pessoas participaram de uma manifestação contra militares que participaram da ditadura no país. Por volta das 9h30, duas faixas da Avenida Pasteur, no sentido Praia Vermelha, foram fechadas por causa do ato.
Cúpula dos Povos
A Cúpula dos Povos é um evento paralelo à Rio+20, onde organizações da sociedade civil discutem temas relacionados à Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável. A organização espera reunir 18 mil pessoas.
O público esperado para essa edição do evento é quase o dobro do que compareceu à Cúpula dos Povos em 1992, durante a Rio-92. O encontro quer que os temas discutidos na Rio+20 não fiquem só no papel, mas se transformem em práticas sociais. Para saber toda a programação do evento, com os horários das atividades, acesse o link aqui.
A ideia dos organizadores é ir além dos temas que serão debatidos no Riocentro, onde acontece a conferência oficial com representantes de 193 países, e realizar debates de forma independente, e com a possibilidade de assumir tons mais críticos ao que está sendo decidido pelos governos.
Entre os temas a serem debatidos estão não apenas o próprio desenvolvimento sustentável, mas também o conceito de economia verde, assuntos relativos a florestas, oceanos, a crise econômica global e seus reflexos sobre o G-20, e os conflitos socioambientais nos Estados Unidos e na Europa.
A Cúpula dos Povos vai ter debates até o sábado (23), depois do encerramento da conferência oficial.
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