Fonte: Diário do Grande ABC
A Polícia Militar conseguiu barrar a realização da marcha da maconha em Diadema, marcada para o dia 26 de maio, na Praça da Moça. O argumento utilizado pelo comandante da Polícia Militar no Grande ABC, coronel Roberval Ferreira França, foi que a manifestação não vai ao encontro das políticas públicas de enfrentamento ao crack e outras drogas, lançadas na cidade em junho. Com isso, a Prefeitura resolveu proibir a realização da marcha.
Em fevereiro, o diretor de eventos da administração, José Tadeu Mota, assinou documento que atendia a solicitação do grupo Acorda ABC, organizador do movimento, em utilizar a Praça da Moça. O Departamento de Paisagem Urbana da Secretaria de Meio Ambiente também emitiu documento manifestando não ter objeção à realização da manifestação. Porém, o texto determinava algumas regras que deveriam ser seguidas pelos participantes.
A Prefeitura informou que os ofícios encaminhados anteriormente aos organizadores do evento são manifestações pessoais dos responsáveis, que respondem apenas sobre o uso do espaço público. Segundo a administração, não cabe aos dois autorizar esse tipo de evento sem o crivo do prefeito Mário Reali (PT). No entanto, o setor de eventos é diretamente ligado ao gabinete de Reali.
A decisão foi tomada pelo prefeito na quinta-feira, em reunião com o comandante da Polícia Militar. "Esse movimento vai contra todas as políticas públicas que a prefeitura e a polícia estão desenvolvendo para combater o tráfico e uso de drogas. Não tem como apoiar uma iniciativa dessa", afirmou.
Além de se posicionar contra a manifestação, Roberval disse que a vistoria realizada na Praça da Moça constatou que não há condições de fazer a manifestação ali. "Informamos a Prefeitura que a PM contraindica o local por conta da grande movimentação de público que irá gerar", explicou o coronel.
MANIFESTANTES
Mariana Torres, 19 anos, que faz parte da comissão organizadora da marcha, afirmou que o grupo Acorda ABC irá manter o posicionamento e pretende realizar o evento mesmo sem a autorização. "Já iniciamos a divulgação há bastante tempo e não vamos cancelar a marcha. Acho que a Prefeitura pensou que não teríamos coragem e que não iria acontecer. Estamos bem empenhados e mobilizamos bastante gente para debater esta discussão de descriminalização da maconha e uso medicinal da erva", explicou.
Na noite de ontem, integrantes do grupo se reuniram na Praça da Moça e iniciaram a pintura de faixas que, segundo eles, serão utilizadas na manifestação.
Ex-prefeito, Filippi destacou apoio a movimento em vídeo
Em novembro, o deputado federal e ex-prefeito de Diadema José de Filippi Júnior (PT) manifestou apoio à realização da marcha da maconha na cidade. Na ocasião, o parlamentar afirmou que o tema precisa ser melhor tratado por políticos e sociedade.
A declaração gerou polêmica. Após a afirmação, a equipe do Diário debateu o assunto com os outros três deputados federais do Grande ABC no Congresso, William Dib (PSDB), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), e Vanderlei Siraque (PT). Todos se mostraram contra a realização do movimento na região.
O STF (Supremo Tribunal Federal) garantiu, em junho, o direito de cidadãos realizarem manifestações pela descriminalização e legalização de drogas em todo Brasil.
interessante a declaração do comandante da PM ao dizer que "esse movimento vai contra todas as políticas públicas que a prefeitura e a polícia estão desenvolvendo para combater o tráfico e uso de drogas. Não tem como apoiar uma iniciativa dessa".
ResponderExcluirsou morador de diadema e tratam jovens usuários e não usuários como marginais, à base de repressão, abandono e censura. não tem nada efetivamente sendo feito pela prefeitura no município em relação às drogas a não ser pintarem uns grafites no centro da cidade com os dizeres "droga é uma roubada" (duh) e colocarem centenas de policiais vigilando o centrinho/caminho da procissão.
ainda sobre a declaração, a polícia não decide se tem que apoiar ou não. é uma manifestação popular legítima e de livre expressão - e isso é garantido por leis constituintes e maiores que qualquer polícia militar [ou que deveriam ser, mas é Brasil né], como garante o próprio STF.
A praça da moça é um espaço grande e deve ser ocupada sim para manifestações artísticas, políticas e culturais - bem raras na cidade!
Vergonha e decepção é o que eu sinto como morador desse buraco!
Praça do Moça ?
ResponderExcluirFoi lá aonde eu vi mais de 50 Guardas Munincipais um pouco antes do Natal, só de bobeira enquadrando a molecada numa sexta anoite
Sou de Interlagos pertinho de Diadema, eu achando que São Paulo é pura repressão, fui pra Praça da Moça com uns amigos umas 5 sextas-feiras seguidas, e vi oque é repressão de verdade.
Lotando aquela praça, com certeza a PM vai tremer de medo