Fonte: O Dia
Secretário estadual do Ambiente e deputado estadual pelo PT
Rio - Manifestação que estimule pessoas a consumir crack, cocaína ou maconha é apologia ao uso de drogas e pode ser enquadrada na lei penal. Ato que defenda posição de mudança da lei de drogas faz parte da liberdade de pensamento, pilar essencial da democracia. A legislação sobre drogas e seu combate no Brasil, EUA e vários países são reconhecidamente ineficientes, têm reforçado o poder dos traficantes e a corrupção em todos os poderes. Em 15 anos, os EUA gastaram 800 bilhões de dólares na guerra às drogas, têm 2 milhões de consumidores presos, mas o consumo, o tráfico, a corrupção e a dependência química aumentaram. Um fracasso total!
O consumidor de drogas não é um criminoso que deva ser preso. Teríamos que construir centenas de presídios para prender milhares, em vez de construir mais escolas e centros culturais e esportivos. A informação sobre malefícios e dependência é muito precária. A prevenção é insuficiente, assim como os espaços de tratamento e desintoxicação. Temos de abrir alternativas lúdicas nas artes e nos esportes. Consumo e dependência não são caso de polícia, mas de família, escola e religião, sobretudo de saúde publica, de informação e prevenção.
As drogas legais, como cigarro e bebidas alcoólicas, vitimizam 20 vezes mais do que todas as drogas ilegais juntas, segundo o Ministério da Saúde. A solução não é proibi-las, mas ampliar as campanhas com imagens nos maços de cigarros, Lei Seca etc., que têm dado resultados. A passeata que quer mudar a lei em relação à maconha tem o papel da livre discussão de um tema mal-resolvido. Proibi-la seria uma truculência em relação à liberdade de manifestação e de expressão.
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