quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

USO DE DROGAS É A PRINCIPAL CAUSA DE INFECÇÃO PELO HIV NA RÚSSIA, DESTACA FOLHA DE S.PAULO

Fonte: Agência AIDS

Segundo reportagem do veículo, este ano o governo pretende quase dobrar os gastos em antirretrovirais e expandir ações de prevenção para jovens. Leia a notícia a seguir.

Na Rússia, uso de drogas gera aumento dos casos de HIV
Uso de heroína tornou-se um grande problema

MOSCOU - Eles parecem viciados em qualquer lugar do mundo: vacilantes, de olhos vazios, circulam perto das farmácias de Moscou conhecidas por vender drogas sem receita médica, procurando alguma coisa para se injetar e ter um "pico" rápido.

Embora os exemplos públicos do problema de heroína na Rússia não sejam novos, recentemente a questão passou a simbolizar um fracasso mais amplo. O país tornou-se um dos pontos baixos mundiais no esforço para combater a disseminação do HIV, e o uso irrestrito de drogas intravenosas é a maior causa disso, segundo autoridades de saúde internacionais.

A epidemia aqui desafia as tendências mundiais, expandindo-se mais rapidamente ano a ano do que em quase qualquer outro lugar. Cerca de 60 mil novos casos de HIV, o vírus que causa a aids, foram documentados na Rússia em 2009, um aumento de 8% em relação a 2008, segundo a Unaids, o programa das Nações Unidas contra o HIV-Aids. Desses novos casos, mais de 60% teriam sido causados pelo uso de drogas injetáveis, e acredita-se que muitos outros sejam consequência do sexo entre viciados.

Enquanto nos últimos anos o governo aumentou os esforços para combater a doença, os programas atuais negligenciam quase completamente os principais grupos de risco, disse o doutor Vadim V. Pokrovsky, diretor do Centro Federal da Aids.

Ao mesmo tempo em que algumas regiões experimentaram programas de troca de agulhas, a prática, que se mostrou eficaz para reduzir a disseminação do HIV em outros países, não foi adotada em nível nacional na Rússia.

As principais autoridades médicas e políticas do país condenaram redondamente a terapia de substituição de drogas para dependentes de heroína - o uso de metadona e outros narcóticos, amplamente considerado uma maneira eficaz de afastar as pessoas da droga -, sob o argumento de que substitui um tipo de dependência por outro. Os médicos que criticaram a proibição oficial desse tratamento enfrentaram processos e até assédio de grupos de jovens apoiados pelo Kremlin.

Muitos dos dependentes que se reúnem diante de uma farmácia no sul de Moscou disseram que tentaram parar várias vezes. "Você quer parar e não para", disse Maxim, 33, grisalho, com os braços cheios de marcas como um usuário frequente.

Não que o governo tenha falhado completamente em reconhecer a gravidade da epidemia. A estratégia de segurança nacional da Rússia, aprovada pelo presidente Dmitri Medvedev, identifica a disseminação do HIV e da aids como "uma das principais ameaças à segurança nacional na esfera da medicina e saúde".

A Rússia tem hoje mais de 500 mil casos de HIV registrados oficialmente, mas a Unaids e outras entidades estimam que sejam cerca de um milhão.
Este ano, o governo pretende quase duplicar os gastos em drogas anti-HIV, para cerca de US$ 600 milhões, e expandir os programas de prevenção concentrados na juventude, disse Galina G. Chistyakova, do Ministério da Saúde.

Pacientes e médicos queixam-se de frequentes faltas de drogas antirretrovirais, e muitos dependentes que se infectaram nem sequer sabem que os remédios estão disponíveis, disse Pyotr Nikitenko, 28, um ex-usuário de heroína que hoje trabalha para um grupo de ajuda de Moscou chamado Yasen. Ele disse que conseguiu se livrar da heroína com a ajuda de sua família, escapando ao destino da maioria de seus amigos, que segundo ele hoje são HIV-positivos.

"Eu continuo a enterrá-los", afirmou Nikitenko. "Eles continuam morrendo de aids, ou melhor, morrem com frequência cada vez maior."

Um comentário:

  1. VAI TOMA NO CÚ QUEM USA ESSA MERDA. MACONHA LEGALIZA LOGO PRA ACABA COM ISSO

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