do Estadão
SÃO PAULO - Um levantamento realizado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira (Icesp), ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, aponta que 60% dos fumantes diagnosticados com câncer não conseguem largar o cigarro mesmo após descobrir a doença.
O estudo apontou ainda que, de todos os atendimentos feitos este ano no Icesp, 35% dos pacientes afirmam ser fumantes no momento em que ingressam na unidade para iniciar o tratamento.
Para quem luta contra o câncer, os efeitos do cigarro são extremamente prejudiciais. O tabagismo dificulta a cicatrização, prejudicando pacientes submetidos a cirurgia oncológica. Além disso, eleva a pressão arterial e o risco de doenças cardiovasculares e infecções respiratórias. A função pulmonar também é altamente atingida, o que pode aumentar o risco de complicações durante o período de radioterapia, por exemplo.
Outra séria complicação provocada pelo cigarro nos pacientes oncológicos é durante o período de quimioterapia. Para quem é fumante, alguns quimioterápicos podem surtir efeito bem menor no organismo, o que prejudica o tratamento e, muitas vezes, a cura. Os efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, perda de apetite e sintomas respiratórios, também são intensificados.
"Infelizmente, a grande maioria relata dificuldades para abandonar o cigarro, mesmo após receber o diagnóstico de câncer. Mas é fundamental que essa realidade mude, não só para melhorar a qualidade de vida das pessoas como para ajudá-las na luta contra a doença", afirma o médico pneumologista Frederico Leon Fernandes, do Icesp.
Para incentivar os fumantes a largar o vício e diminuir o desconforto da abstinência, o instituto oferece tratamento para os pacientes internados, como distribuição de gomas de nicotina e adesivos - as duas formas mais indicadas nesse período. Porém, ainda é perceptível a dificuldade deles para abandonar o cigarro, mesmo após descobrir a doença e conhecer todos os males provocados pelo tabagismo
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