da Veja.com
Algumas famílias estão acrescentando um novo ritual de passagem à meia-idade: a compra de maconha pelos filhos aos pais que estão envelhecendo. Bryan, um escritor de 46 anos que vive em Illinois (EUA), é quem busca a droga para seus pai - doente cardíaca - e sua mãe - que sente tonturas e náuseas. O casal, que teme ser acometido pelo Alcheimer, decidiu experimentar o método alternativo há cinco anos, depois de analisar pesquisas já realizadas.
Bryan, que pediu para não ter o sobrenome divulgado, começou a fazer bolos e biscoitos com a droga como um dos ingredientes. Em Illinois o uso medicinal de maconha ainda não está legalizado, embora ele seja feito com frequência em 14 estados e no Distrito de Colúmbia. Com a idade já avançada, acima dos 70 anos, não existe a preocupação dos pais de Bryan de se viciarem ou serem levados a drogas mais pesadas. "Nós temos preocupações com a lei, mas não iria deixar de comer os biscoitos e passar de novo pelo que passei", conta a mãe, que teve suas crises reduzidas. "Claro que, se for apanhada, terei de parar de usá-los", ressalva.
A história dessa família ainda é rara. Menos de 1% das pessoas com mais de 65 anos afirmam ter fumado maconha no ano passado, de acordo com uma pesquisa realizada pelo governo americano. Contudo, à medida que a geração que abraçou a maconha na adolescência chega à meia-idade, deve-se observar um número maior de adeptos, acreditam os médicos. "Creio que o uso medicinal da maconha em idosos será maior no futuro", destaca Dan Blazer, professor de psicologia geriátrica na Universidade Duke, que estou o uso e o abuso de drogas entre idosos.
Na faixa entre 50 e 65 anos, a taxa de pessoas que disseram fumar maconha está em quase 4%, o que sugere que eles são mais propensos a seguir o padrão de uso da droga. Em ambos os grupos, o índice de abuso foi considerada muito baixa: cerca de 1 em 800.
Benefícios - Estudos observaram que os agentes ativos da maconha têm efeitos significativos como analgésicos, especialmente em dores decorrentes de danos nos nervos, disse Seddon Savage, especialista em dor e presidente da Sociedade Americana da Dor, um grupo de profissionais da área médica. Dois medicamentos feitos à base da droga foram aprovados para uso nos Estados Unidos, mas apenas para tratar náuseas e perda do apetite. E embora estudos preliminares sugiram que estes agentes possam ajudar no combate ao câncer e reduzir espasmos em pessoas com esclerose múltipla ou Parkinson, os resultados ainda não são conclusivos. Especialistas chamam a atenção, também, aos efeitos colaterais, como interferência na pressão arterial. Por isso, é necessário avaliar sua combinação com outros medicamentos antes de adotar o tratamento.
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